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Natal já movimenta varejo
Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
13/10/2011 | 07:00
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A expectativa natalina dos comerciantes não foi abalada pelos resultados do Dia das Crianças. Parte do varejo, segundo pesquisa da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado, previa, para a data comemorada ontem, a manutenção dos resultados obtidos em 2010, considerado bom ano para as vendas, ou expansão de até 5%. Mas a partir de agora o cenário é outro - há otimismo entre os comerciantes. É o que destacam especialistas consultados pela equipe do Diário.

Vários fatores ajudam a sustentar a projeção. Com o pagamento do 13° salário, as classes C e D devem ser, juntas, o carro-chefe que irá elevar o faturamento do setor nessa época do ano. "É um contingente interessante e que não pode ser desprezado", diz o assessor da presidência da Associação Comercial e Industrial de Santo André, Nelson Tadeu Pesotti Pereira.

Ele explica que há ainda uma nova lógica de consumo que ajuda a reforçar a previsão. Há exigência dos fabricantes e comerciantes para que atualizem as estantes das lojas. Sobretudo nesse período, afirma Pereira. Ele cita que a troca de coleção tende a dar o tom do consumo nos próximos meses. "As classes C e D recebem o último pagamento do ano e já correm aos shoppings para comprar", exemplifica o diretor de relações institucionais da Associação Brasileira de Lojistas de Shopping, Luís Augusto Ildefonso da Silva.

Pereira costura a tese, listando que os dissídios coletivos ocorrem por volta dessa época e engordam o salário dos trabalhadores com ganhos reais de renda, além do pagamento de Participação nos Lucros e Resultados, deixando os consumidores mais propensos a entrar no mercado de consumo. "O fenômeno é esse, e agora o governo ainda está reduzindo os juros a fim de estimular as compras. E há muitas lojas sendo inauguradas na região, e há shoppings, como o de São Caetano, que está prestes a ser inaugurado, e outros sendo ampliados", diz ele.

CONTRATAÇÕES - O resultado é que, além de mais pontos de consumo, são contratados trabalhadores que, com renda, tornam-se compradores. O número de temporários reflete o otimismo do setor para o fim do ano. Nos shoppings, segundo pesquisa realizada pela Alshop, espera-se que sejam admitidos para o fim do ano no País 140 mil empregados por tempo determinado, um aumento de 7% em relação ao mesmo período de 2010. Entre os varejistas, os segmentos que mais deverão empregar são os supermercadista, vestuários, calçados, eletrodomésticos e perfumaria.

E nos shoppings, considerando lojas âncoras e satélites, cerca de 30% dos contratados veem a oportunidade como o primeiro emprego; 60% das vagas deverão ser ocupadas por candidatos com idades entre 18 e 40 anos, incluindo estudantes dos ensinos Médio e Universitários.

CAUTELA - O quadro só não tende a ser como no ano passado. Apesar do otimismo, representantes do segmento admitem que, apesar de apostarem em expansão, não haverá alta igual à que houve entre 2009 e o ano passado, considerado ano de céu de brigadeiro, diz Silva. "Há uma cautela, mas nada de apreensão. O crédito está em menor oferta, há um filtro maior na concessão para que não aumente a inadimplência. E a própria disponibilidade para compra está pouco menor por parte do consumidor que no ano passado."

Mas como ainda está cedo para estimativas, Silva afirma que possíveis novas reduções da taxa básica de juros, a Selic, farão o consumidor se adaptar para o fim do ano.

 




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