Política Titulo Internacionalização
Para reforçar política, Brasil amplia presença internacional
06/12/2009 | 07:00
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O governo Lula arrastou ao menos seis instituições federais para o mundo em desenvolvimento nos últimos anos, a reboque da prioridade de sua política externa às relações Sul-Sul. Desde o início de sua administração, em 2003, representações voltadas para a cooperação foram abertas na América do Sul e na África por organismos como a Abdi (Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial) e a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).

A ordem de Brasília é a internacionalização. A determinação tem sido cumprida à risca. Mas, por enquanto, com estruturas modestas, alocação de poucos funcionários e investimentos espartanos. Proibida de abrir representações fora do Brasil, a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) copiou de França, Holanda e Inglaterra o modelo do Labex (Laboratório Virtual) que montou nos Estados Unidos em 1998.

Esse mecanismo permite que pesquisadores de alto nível da empresa se integrem aos principais centros de pesquisa agropecuária desses países por até quatro anos, sem a necessidade de estrutura física própria. "Cada pesquisador no Exterior nos custa cerca de US$ 100 mil por ano. Mas, apenas um deles trouxe para a Embrapa 49.900 acessos a recursos genéticos dos EUA. Isso não tem preço", disse o assessor de Relações Internacionais da Embrapa, Elísio Contini.

O custo da internacionalização da Embrapa alcança US$ 2 milhões. Três técnicos atuam em Gana para prover cooperação na área de produção de alimentos para países interessados na África. Já agarraram a oferta Moçambique e Mali. A Embrapa trabalha a criação de centro de pesquisa similar em Angola. No início de 2010, levará o modelo à Coréia do Sul, para atender a Ásia, e ao Panamá, a fim de cobrir a América Central.

Segundo o embaixador Roberto Jaguaribe, subsecretário de Assuntos Políticos do Itamaraty, a internacionalização de instituições federais é reflexo do aumento do comércio do Brasil com o mundo em desenvolvimento e a inexistência de canais consistentes de cooperação.

As mais recentes ordens da Presidência, entretanto, tiveram como beneficiária a Venezuela, onde as oportunidades de negócios para a indústria e as empreiteiras brasileiras justificam as vistas grossas do Itamaraty à orientação político-ideológica do governo Hugo Chávez. Em outubro, Lula inaugurou em Caracas escritório da Caixa Econômica Federal e comprometeu-se com a instalação de escritório do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Na África, a movimentação da Fiocruz foi consolidada com a abertura de escritório em Moçambique, para atender especialmente aos países de língua portuguesa. O investimento na Fiocruz África é estimado em R$ 2 milhões.




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