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Na mão grande e sem discussão

O governador fluminense Sérgio Cabral, do PMDB, aquele que teve boa parte da biografia revelada num

Carlos Brickmann
07/09/2011 | 00:00
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O governador fluminense Sérgio Cabral, do PMDB, aquele que teve boa parte da biografia revelada num acidente aéreo em Porto Seguro, acha que foi "uma covardia" abolir o Imposto do Cheque, por codinome CPMF. O dinheiro faz falta à saúde, decretou (com apoio de parlamentares a quem nunca falta dinheiro).

Verdade ou mentira? Em 2007, em seu último ano, a CPMF arrecadou pouco mais de R$ 36 bilhões de reais; o Governo previa R$ 55 bilhões para 2008.

Em 2008, não houve CPMF, mas a receita do Governo, que elevou outras contribuições e impostos, cresceu quase R$ 75 bilhões - bem mais do que se previa. A receita total do Governo Federal, em 2008, foi de R$ 635,5 bilhões. Neste 2011, devem ser R$ 878,7 bilhões. Um crescimento de quase R$ 250 bilhões. Ainda querem cobrar outro imposto. E, mesmo sem razão, vão cobrar.

Voltemos. Os R$ 55 bi que o Governo Federal previa arrecadar com a CPMF, em 2008, viraram R$ 75 bilhões, sem CPMF. Sem CPMF, a arrecadação passou de R$ R$ 635 bi, em 2008, para R$ 878 bilhões, em 2011. E aí vêm governadores, parlamentares, a turma das emendas, a turma dos jatinhos, os amigos de empreiteiros cuja maior credencial é a amizade de quem tem poder político, dizer que eliminar um imposto é covardia, e que esse imposto tem de ser restabelecido o mais rápido possível, com o benéfico objetivo de cuidar da saúde do povo.

Mas temos de admitir que o governador Sérgio Cabral tem razão ao chamar os outros de covardes. Porque para dizer o que ele disse é preciso ter coragem.

Definindo

Sérgio Cabral, o pai do governador, é jornalista, fundador de O Pasquim, foi ativista político na luta contra a ditadura. Conhece como poucos a música popular brasileira, escreveu mais de dez livros irretocáveis sobre o tema. Alegre, bom papo, uma grande figura! Mas é maldade perguntar, como certas pessoas, quando alguém fala de Sérgio Cabral: "Qual deles, o bom ou o filho?"

O Governo e a saúde

Este Governo que tanto se preocupa com a saúde do povo cobra 36% de impostos sobre remédios. Uma privada, essencial para o saneamento básico, paga 44,1%. Material de limpeza, um pelo outro, é onerado em cerca de 40%. A pasta de dentes paga 42%. Medicamentos veterinários são mais baratos. De acordo com Joelmir Beting, sempre objetivo, sai mais barato latir do que tossir.

O álcool...

Lembra da revolução energética anunciada pelo presidente Lula, em que o álcool de cana brasileiro seria um dos combustíveis mais importantes? Bom, o Brasil está importando álcool faz tempo - principalmente dos Estados Unidos. Neste ano, a importação representa cinco vezes a de 2010: no total, 1,03 bilhão de litros contra 200 milhões do ano passado. E era para ser ainda maior, se o Governo não tivesse reduzido a mistura do álcool na gasolina de 25 para 20%.

...a gasolina...

Lembra da autossuficiência do Brasil em petróleo, também anunciada pelo presidente Lula? Neste ano, o Brasil já importou 3,1 milhões de barris de gasolina; e além das importações normais virão mais 550 mil barris por mês, para substituir os 5% de álcool a menos na mistura.

...o custo

No segundo trimestre do ano passado, o prejuízo da Petrobras com a importação de gasolina foi de R$ 108 milhões. No segundo trimestre deste ano, de R$ 2,28 bilhões. Traduzindo: o prejuízo foi multiplicado por 20.

Los gringos

Um bom exemplo do tratamento reservado por algumas multinacionais ao consumidor brasileiro é o do gigantesco recall da Honda. Serão 962 mil veículos no mundo inteiro, dos modelos CR-V, Fit, City e CR-Z. Como é que nós, consumidores brasileiros, deveremos nos comportar diante do recall?

A Honda não tem a menor idéia: segundo informou a O Globo, não sabe se o recall vale para o Brasil, mas promete se manifestar assim que a matriz der as ordens. A nota oficial: "Com relação ao recall mundial anunciado pela Honda, a Honda Automóveis do Brasil informa que está analisando a situação das unidades comercializadas em território nacional. A empresa informará tão logo tenha uma definição". Os proprietários, enquanto isso, devem aguardar tran-qui-los.

São Paulo na TV

Um jornalista sempre bem informado, Flávio Ricco, do portal UOL, garante que o apresentador José Luiz Datena está se filiando a um partido para disputar a Prefeitura (Datena dá risada e desmente). Outro jornalista bem informado, Ricardo Feltrin, também do UOL, avança: diz que o partido é o PSD (o criador do partido, Gilberto Kassab, elogia Datena mas não confirma o convite). Entretanto, não faltarão ídolos televisivos, mais destacados ou menos, para a disputa paulistana: são cogitados Netinho de Paula, ex-Negritude Jr., PCdoB; Celso Russomanno, ex-Aqui Agora, PP; Soninha, ex-ESPN, ex-MTV, ex-TV Cultura, PPS; e a favoritíssima ex-prefeita, ex-ministra e senadora Marta Suplicy, do PT, que se tornou nacionalmente conhecida no TV Mulher, da Rede Globo.




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