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Sem-terra invadem fazenda de embaixador em Minas
Do Diário OnLine
03/04/2001 | 00:31
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O grupo ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) que acampava nas proximidades da fazenda Renascença, em Uruana de Minas, Noroeste de Minas Gerais, conseguiu invadir o local na tarde desta segunda-feira. As famílias tomaram a propriedade, pertencente ao embaixador Paulo Tarso Flecha de Lima, ajudados por uma determinação do governo de Minas Gerais, que permitiu aos sem-terra se aproximarem da fazenda para evitar confrontos com a PM.

A coordenação do movimento afirma que cerca de 750 tomaram a propriedade. Eles entraram pela lateral da fazenda, em uma área florestal, sem vigilância da polícia, e espalharam barracas de lona por todo o campo. Não houve conflitos com os cerca de 90 PMs, armados com pistolas, escopetas e metralhadoras, que fazem a vigilância da área.

Alguns dos sem-terra também estão armados. Eles possuem facões, enxadas e lanças feitas de bambu. A PM de Uruana de Minas pediu reforço de 70 soldados durante a noite para vigiar a área.

Para desocupar a fazenda, o MST exige que o governo aceite a pauta de 15 reivindicações apresentada ao Incra na última quinta-feira. Como o governo recusou, os sem-terra mantiveram a vigília e aproximaram-se da propriedade nesta segunda, em uma marcha até a entrada do local.

A fazenda, com 9.600 hectares, não está inativa: grão são produzidos em mais de cinco mil hectares da propriedade e três mil usados na criação de 2.500 cabeças de gado. Há cultivos de soja, algodão, milho e feijão, entre outros.

Retaliação - O ministro do Desenvolvimento Agrário, Raul Jungmann, classificou como “política” a atitude do MST em invadir a fazenda do embaixador brasileiro na Itália.

Antes de ocorrer a invasão, Jungmann havia afirmado que o MST perderia a “pouca credibilidade” que lhe restava se tomasse a fazenda produtiva.




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