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Mulheres perdem espaço em eleições majoritária
Sérgio Vieira
Do Diário do Grande ABC
22/03/2008 | 07:00
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Pela primeira vez desde 1996, o eleitor do Grande ABC não deverá ter como opção, entre os prefeituráveis, uma mulher.

 E ainda assim, a participação feminina nas chapas majoritárias na região será muito pequena: a única confirmação até agora é Helenice Arruda (PTB), que sairá novamente a vice na chapa do prefeito de Rio Grande da Serra, Adler Kiko Teixeira (PSDB).

 A vice-prefeita de Santo André, Ivete Garcia (PT), que pleiteava a pré-candidatura a prefeita, perdeu a prévia para o deputado estadual Vanderlei Siraque (PT). Sem consenso em Ribeirão Pires, a ex-prefeita Maria Inês Soares (PT) – que comandou o município entre 1997 e 2004 – abriu mão da vaga e anunciou que concorrerá a vereadora. A vice-prefeita de Mauá, Leni Walendy (PSDC), também não ensaia uma pré-candidatura à sucessão de Leonel Damo (PV). A possibilidade maior é que ela também tente uma vaga na Câmara.

 Na última eleição municipal, em 2004, duas mulheres tentaram conquistar o comando do Paço: em São Bernardo, Eliana Lúcia Ferreira Costa, que disputou pelo PSTU e, em Mauá, Catarina Borges, a Catarina do Coqueiro, que foi candidata a prefeita pelo PCO.

 Além de Maria Inês, outra mulher também fez parte de uma chapa vencedora em 1997. A vereadora de Diadema Regina Gonçalves (PV) – que é presidente estadual do partido – foi vice-prefeita no mandato de Gilson Menezes (eleito pelo PSB, mas atualmente no PSC).

 Na eleição de outubro ainda há possibilidade – remota – de uma outra mulher sair como candidata a vice-prefeita. Embora tenha aceitado o convite do vereador de Santo André e pré-candidato a prefeito Aidan Ravin (PTB), caso o partido opte por chapa pura, a vereadora Dinah Zekcer (PTB) acredita que a vaga deverá ser ocupada por algum partido aliado. “Nossa expectativa é por uma coligação. Não é interessante sair com chapa pura neste momento. Mas essa definição deverá ser feita em abril”, diz a parlamentar.

 A petebista também não acredita que uma mulher possa sair a prefeita na região nesta eleição. “Lamento isso, mas não vislumbro essa possibilidade neste ano. Tem faltado espaço para as mulheres também na política. Infelizmente ainda temos um longo caminho a percorrer.”

 Para o cientista político Rui Tavares Maluf, essa tendência não significa necessariamente uma postura machista. “As mulheres ainda têm uma dupla jornada e quando optam por uma carreira política precisam saber dividir bem o tempo entre a família e a vida pública. O custo disso ainda é muito alto.”

PIONEIRA A primeira mulher que comandou uma Prefeitura na região foi Tereza Delta, que dirigiu o Paço de São Bernardo entre abril e dezembro de 1947. De 1948 a 1951, ela foi presidente da Câmara. Tereza morreu ao 73 anos, em 1993.



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