Setecidades Titulo Mesmo com queda do isolamento
Morte no trânsito reduz 25% em setembro nas sete cidades

Por outro lado, acidentes sem vítimas fatais cresceram 74% na região, segundo Infosiga

Por Flavia Kurotori
Do Diário do Grande ABC
22/10/2020 | 00:01
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Em setembro, 15 pessoas morreram em razão de acidentes de trânsito no Grande ABC. O número é 25% menor do que as 20 vítimas registradas no mesmo mês de 2019. O decréscimo ocorreu mesmo com a flexibilização da quarentena. No dia 30 de setembro, por exemplo, a taxa de isolamento médio na região era de 40%, similar à registrada em 30 de abril, no início da pandemia, que era de 46%. Os dados foram divulgados nesta semana pelo Infosiga (Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito no Estado de São Paulo).

Entre os falecimentos, 11 eram motociclistas, dois estavam em automóveis e dois eram pedestres. A maioria (66,67%) das vítimas era homem e tinha entre 18 e 24 anos.

Dirceu Rodrigues Alves Junior, diretor da Abramet (Associação Brasileira de Medicina de Tráfego), lembra que desde o início da quarentena houve aumento dos serviços de delivery, incrementando o número de motociclistas nas ruas. O especialista acredita que as estatísticas devem subir em breve. “Parece que a pandemia terminou, já aumentou a frota de carros e motocicletas, estamos no caos. A tendência é termos o aumento e rápido de acidentes, sejam leves, médios ou graves”, completa.

De fato, em setembro de 2019 foram 302 acidentes de trânsito com vítimas não fatais, enquanto foram 526 ocorrências no mesmo período deste ano – crescimento de 74,17%.“Estamos observando quase uma normalização do anormal, não deveríamos voltar ao patamar de acidentalidade. A pandemia exigiu muita mudança em todas as áreas, mas a gestão pública não se preparou para a retomada do fluxo de veículos”, critica Eduardo Biavati, sociólogo e consultor em segurança no trânsito. Inclusive, vale lembrar que mesmo que o acidente não seja fatal, a pessoa pode ficar com alguma incapacidade temporária ou permanente.

Aspecto criticado pelos especialista é a mudança na CNH (Carteira Nacional de Habilitação), sancionada neste mês pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido). A medida prolonga a validade do documento para dez anos e escalona a pontuação até que haja suspensão da autorização para dirigir – caso o motorista tenha 20 pontos e mais de duas infrações gravíssimas, ou se ele acumular 30 pontos e apenas uma infração ou, ainda, se totalizar 40 pontos e nenhuma infração. 




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