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Cresce poder de decisão da mulher na aquisição de bens
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
06/03/2005 | 19:00
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Representantes de 44% da PEA (População Economicamente Ativa) do Brasil, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), as mulheres chegam a ter influência de 90% na compra de imóveis, segundo a Acigabc (Associação das Construtoras, Incorporadoras e Administradoras do Grande ABC), e de 72% na aquisição de veículos, de acordo com pesquisa da Volkswagen do Brasil.

Devido à importância que representam para as vendas, algumas empresas possuem estratégias de marketing voltadas exclusivamente para o público feminino, como no caso das construtoras. "Quando lançamos um empreendimento imobiliário, destacamos o que há de mais importante nos arredores, porque a mulher tem interesse em saber se o imóvel fica próximo de escolas ou supermercados. Além disso, enfatizamos a divulgação dos espaços para convivência familiar e lazer, já que as mulheres se preocupam com o bem-estar de toda família", explica Milton Bigucci, proprietário da construtora M. Bigucci, de Santo André.

De acordo com o empresário, 100% das compras de apartamentos para casais com ou sem filhos são decididas por mulheres. "Já percebemos a importância de valorizar as mulheres. Mesmo que seja o homem que pague o imóvel, ele nunca fecha negócio sem antes consultar a mulher", completa.

A construtora Lorenzini, de São Caetano, acredita que as mulheres influenciam 80% das compras dos imóveis da empresa. "Tivemos um caso, há pouco tempo, de um marido que comprou apartamento sem consultar a mulher, para fazer surpresa, e se deu mal. Como ela não gostou do imóvel, ele teve que desfazer o negócio", conta o diretor comercial da empresa, Gilberto Daniel de Souza.

Para Souza, as mulheres são mais exigentes e detalhistas. "Pelo fato de a maioria delas ainda passar mais tempo em casa, as mulheres optam por imóveis que satisfaçam suas necessidades e as de toda a família."

A publicitária Luciana Patara, proprietária da agência Comunicação Brasil, em São Paulo, e professora do Imes (Universidade Municipal de São Caetano), considera que a voz feminina influencia muito os homens em relação ao consumo. "Além disso, as mulheres passaram a atuar mais no mercado, ganhar seu próprio sustento. Ou seja, na hora do consumo elas não só opinam, como também compram pessoalmente o que desejam", diz.

Para a publicitária, as mulheres têm forte poder de influência mesmo na compra de produtos considerados masculinos, como, por exemplo, o carro. "Elas exercem pelo menos 50% de influência na compra de veículos. A opinião feminina é fundamental para aquisição dos objetos de maior importância na vida de uma pessoa – carro e casa – porque ela é mais sensível e intuitiva. Além disso, só a mulher tem artimanhas de convencimento ainda não estudadas, que devem vir só no pacote do sexo feminino", brinca. Segundo pesquisa da Volkswagem, a influência das mulheres na compra de veículos chega a 72%.

Luciana Patara acredita que muitas empresas – aquelas que têm visão de mercado a médio e longo prazo – já perceberam a importância do público feminino. "Estamos entrando na era da mulher, que conseguiu com louvor coisas que ninguém esperava há algum tempo, como conciliar carreira profissional, filhos, casa e ela mesma. Portanto, com um nicho crescente e cada vez mais poderoso no mundo dos negócios, até o pior dos machistas precisa se garantir e agradar o sexo feminino", avalia.




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