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Começa a contagem regressiva para a 25ª Bienal
Por Everaldo Fioravante
Do Diário do Grande ABC
16/03/2002 | 16:50
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  Agora falta menos de uma semana. No sábado (dia 23) abre para convidados a Bienal Internacional de São Paulo, a 25ª edição, atrasada em dois anos. Para o público em geral, a visitação começa domingo (dia 24). Ingressos a R$ 12.

O Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, já ganha cara de Bienal, com a montagem do evento de artes visuais – o terceiro mais importante do mundo, que quer atrair 450 mil pessoas.

O tema da mostra é Iconografias Metropolitanas, uma discussão de questões sobre a metrópole em espaço fechado. Segundo texto do curador-geral, o alemão Alfons Hug, “faz mais sentido recuar para o espaço protegido do pavilhão, que permite uma contemplação das obras, concentrada e sem perturbações”.

Com cerca de 300 obras assinadas por 190 artistas de 70 países, o enfoque é todo na arte contemporânea, pois não haverá núcleo histórico. Quanto às linguagens, nenhuma se sobrepõe. Cerca de 17% das obras são pinturas, mesma representatividade das instalações. Fotografia e escultura somam 16% e 15%. E o maior percentual ficou com vídeo: 21%.

“Poderia ser 100% de pintura e ser ruim. Não dá para avaliar uma exposição com base em percentuais de linguagem”, afirmou o crítico de arte Rodrigo Naves, um dos mais respeitados do país.

Além das salas especiais, para gente como os estrangeiros Andreas Gursky e Jeff Koons e o brasileiro Nelson Leirner, há outros destaques, como as performances de Vanessa Beecroft e Spencer Tunick. Do Brasil, por exemplo, as obras de Marepe e de José Damasceno são particularmente ricas.

Marepe trouxe de sua cidade, Santo Antônio de Jesus, na Bahia, um muro de cerca de 3 toneladas que funciona como outdoor, visto que nele há uma propaganda. “Em São Paulo temos painéis eletrônicos que servem à publicidade. No município do qual Marepe trouxe o muro, funciona diferente. A pintura no muro é um exemplo de como é a propaganda por lá. Isso explica a relação da obra com o tema da Bienal”, disse o curador da representação brasileira Agnaldo Farias.

Outro trabalho instigante, o de Damasceno, consiste em uma sala em que fileiras de cadeiras como as de teatro foram dispostas fora de seqüência. Pelo chão, recortes de revistas em formas de palmilhas representam pegadas. E na parede, martelos pendurados compõem desenho que parece curvas sonoras. “Ele tratou do caos, da multidão”, afirmou Farias.




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