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Universitários fazem viagem do medo pela Índio Tibiriçá
Andrea Catão
Do Diário do Grande ABC
13/06/2004 | 22:33
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  Pelo menos 200 universitários do Grande ABC resistem à viagem tensa e cheia de perigos para chegar às duas universidades de Mogi das Cruzes, cuja ligação é feita pela rodovia Índio Tibiriçá. A via, conhecida como Rodovia da Morte, tem alto índice de acidentes. No ano passado, 23 pessoas morreram. Até maio deste ano, foram registradas 14 mortes. Mesmo assim, só no próximo ano o DER (Departamento de Estradas e Rodagem) deve dar início à duplicação da rodovia.

 O transporte desses universitários é feito por Evaristo Secco, 55 anos, que há 20 anos presta o serviço. Pelo terceiro ano consecutivo, o estudante Robson Jeremias, 26 anos, trafega pela rodovia a caminho da faculdade. “Vou sempre sentado no primeiro banco. Quero ter o controle, pelo menos visual, do que acontece. Quando tem neblina nem pisco os olhos”, disse.

A estudante Camile Veiga, 20 anos, que cursa o primeiro ano de Direito, no próximo ano vai tentar transferência para a região. “No começo do ano, saía de São Paulo, então vinha pela rodovia Airton Senna. Há dois meses, me sinto torturada tanto na ida quanto na volta. O trajeto é mais longo e perigoso.”

O motorista Jesimiel Gomes dos Santos, conhecido por Maguila, 35 anos, nos 14 anos em que faz todos os dias esse caminho já se envolveu em três acidentes, mas disse já ter presenciado vários deles. “A pista melhorou um pouco. Anteriormente não tinha acostamento em nenhum ponto. Hoje, o principal problema é o grande número de caminhoneiros.”

Ele acredita que se a rodovia fosse privatizada seria mais sinalizada e segura. “É pela falta de pedágio que tem muito caminhoneiro e pouco dinheiro para investir.” Ele ressalta ainda a falta de pontos de ultrapassagem – existem apenas três pontos seguros.




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