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Emirados Árabes propõem exílio a Saddam Hussein
Da Agência Brasil
01/03/2003 | 13:58
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Os Emirados Árabes Unidos apresentaram à Liga Árabe, neste sábado, uma proposta por escrito, pedindo que o presidente do Iraque, Saddam Hussein, renuncie e passe a viver no exílio. A proposta prevê que Saddam deixe o Iraque 14 dias após eventualmente aceitar o exílio e determina que a Liga Árabe administre o país do Golfo Pérsico até sua transição para o povo ser concluída.

O presidente dos Emirados Árabes Unidos, xeque Zayed Bin Sultan al-Nahyan, apresentou a proposta, que também pede anistia para todos os iraquianos ligados ao regime de Saddam Hussein. A proposta não entrou em discussão na reunião de cúpula que está sendo realizada pela Liga Árabe no balneário egípcio de Sharm el Sheikh, às margens do Mar Vermelho, apesar de o encontro abordar uma posição unificada sobre a ameaça de guerra.

Fontes que acompanham a reunião disseram à CNN que uma das opções que está sendo debatida é o envio de uma delegação a Bagdad, Washington e Nações Unidas, com o objetivo de insistir na posição dos países árabes contra o conflito militar. Na sexta-feira, quando encerraram uma reunião preparatória para a cúpula, os ministros do Exterior dos países da Liga Árabe ainda não tinham definido qualquer posição clara. Embora muitos membros da organização permaneçam firmes na oposição a qualquer ação militar contra o Iraque, outros já permitiram que tropas norte-americanas utilizem seu solo como base.

Também na reunião dos chanceleres, a maioria classificou a decisão do Iraque de destruir os mísseis Al Samoud – considerados ilegais pelas Nações Unidas – como um sinal positivo, capaz de impedir a guerra. "Espero que este seja um novo início para evitarmos a guerra", comentou o ministro do Exterior egípcio, Ahmed Maher. "Este é o tema, esta é a nossa maior preocupação nesta conferência".

Por sua vez, o ministro saudita, príncipe Saud Al Faisal, disse, em entrevista à CNN, que o Iraque precisa cooperar prontamente com os inspetores da ONU. "O Iraque tem que fazer o que estão lhe pedindo, e rápido", declarou Faisal. "Se eles têm armas de destruição em massa, que as mostrem. Se não têm, que dêem conta delas. É o que eles devem fazer".

Faisal também alertou que, no caso de haver um conflito militar, uma ocupação do Iraque por tropas norte-americanas só levaria ao caos. "Ocupar o Iraque não é simples", ressaltou. "Como é que 250 mil soldados vão manter a ordem em um país como este? Se a guerra levar à instabilidade que achamos que levará, levará também ao caos. Se a ordem social for rompida, quem lutará contra quem? Será uma bagunça. Detestaríamos ver os soldados norte-americanos pagando o preço por uma ocupação que não levará a nada, mas apenas a conseqüências terríveis para todo mundo", concluiu.

Também presente à reunião, o ministro do Exterior do Iraque, Naji Sabri, exigiu a renúncia do presidente norte-americano, George W. Bush. "Acho que ele deveria renunciar porque ele é um ditador", afirmou. "E um déspota não responde à opinião de milhões de pessoas. Ele está levando o mundo inteiro e todo o seu país para o perigo. Ele tem que renunciar".




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