Os russos, buscando estabilidade, deram carta branca a Vladimir Putin, reelegendo-o triunfalmente como presidente no domingo. Putin prometeu em troca, nesta segunda-feira de madrugada, dar-lhes "crescimento e bem-estar" e defender a democracia. A reeleição de Vladimir Putin adquiriu as características de um plebiscito: obteve 71,2% dos votos. Quatro anos antes, quando entrou no Kremlin, havia obtido 52,9% dos votos.

Desde a noite passada, a oposição denunciou uma campanha falsa, pressões importantes sobre os eleitores - com depoimentos - e "falsificações". Os resultados obtidos são "totalmente satisfatórios" e dão ao presidente "a certeza de suas forças", comentou por sua parte o chefe do Estado.

"Prometo continuar trabalhando no mesmo ritmo", disse ao receber os jornalistas em sua sede de campanha, instalada na Praça Vermelha, a dois passos do Kremlin. Numerosos observadores se questionam o que Putin, que propõe ao mesmo tempo um Estado forte e poderoso e a modernização do país, fará com todo o poder que o povo russo lhe entrega.

"O mais importante" será neste segundo mandato de quatro anos "assegurar o crescimento econômico", explicou Putin. "Necessitamos dar novos passos na economia, na esfera social, e o faremos sem dúvida", prometeu o presidente.

O candidato comunista Nikolai Jaritonov, homem sem carisma e pouco conhecido, chegou em segundo lugar com 13,8% dos votos, um resultado claramente superior às previsões das pesquisas, mas bem inferior ao que obteve em março de 2000 (29,21%). O nacionalista de esquerda Serguei Glaziev só passou um pouco dos 4% e a liberal Irina Jakamada ficou nos 3,9% dos votos.

A eleição significou "a derrota absoluta" da oposição de direita e de esquerda, analisou Sergueir Markov, diretor do Instituto de INvestigação Política, ligado ao Kremlin. Por sua parte, a imprensa estimou que os russos optaram pela estabilidade e a modernização, em detrimento da democracia.