Nova rota. É essa a mensagem que o PSB no Grande ABC tem transmitido para a eleição de outubro. Integrante e até fiel aliado de governos da região, o partido sinaliza mudança de rumo e adesão a projetos de oposição às administrações das quais integraram nos últimos anos.

As iminentes filiações do deputado federal Alex Manente (hoje no PPS, São Bernardo), do parlamentar paulista Atila Jacomussi (PCdoB, Mauá) e o distanciamento do governo do prefeito de São Caetano, Paulo Pinheiro (PMDB), evidenciam cisão da sigla socialista com as candidaturas patrocinadas pelos governos de que participaram neste mandato.

No caso de São Bernardo, o PSB rompeu o elo com o PT (apoiou a reeleição do prefeito Luiz Marinho em 2012), ignorou a candidatura do secretário Tarcisio Secoli (PT, Serviços Urbanos e de Coordenação Governamental) e caminha para abrigar o projeto de Alex. A mudança visa atrair apoio do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à candidatura do hoje popular-socialista, já que o tucanato conta com nome próprio na corrida pelo Paço são-bernardense, o do deputado estadual Orlando Morando.

Em São Caetano, o partido sinaliza retorno para o time do ex-prefeito José Auricchio Júnior (PSDB). No pleito passado, o partido esteve oficialmente na coligação da então candidata governista, Regina Maura Zetone (ex-PTB, hoje PSDB). Mas na campanha de rua, socialistas pediram votos a Pinheiro. Com a vitória do peemedebista, a legenda foi presenteada com o comando da Câmara, sob a gestão do vereador Sidnei Bezerra da Silva, o Sidão da Padaria (PSB), e com a Secretaria de Esportes, hoje com Severo Neto (a caminho do PRB). O que se desenha é nova mudança no trajeto. Socialistas têm cargos no governo Pinheiro, mas a direção estadual da legenda sinaliza adesão ao retorno de Auricchio ao Palácio da Cerâmica. A articulação tende a ser fortalecida com o ingresso de Alex no partido – o deputado é aliado do ex-prefeito.

Já o diretório socialista de Mauá assiste ao ingresso de Atila, em detrimento DA participação do partido durante todo o governo do prefeito Donisete Braga (PT). O Diário apurou que o hoje comunista deve bater o martelo ainda nesta semana. Embora tenha garantias da cúpula do PCdoB de que poderá ser candidato, Atila tem priorizado movimentação partidária que atraia adesão do Palácio dos Bandeirantes. “O diálogo com o Atila está bem avançado. Hoje ele tem condições de disputar a Prefeitura pelo PCdoB, mas não dá para ele correr o risco de, lá na frente, não poder ser mais candidato”, avaliou o deputado estadual Caio França (PSB), filho do presidente do partido no Estado e também vice-governador de São Paulo, Márcio França.

MOVIMENTAÇÃO
O PSB de Ribeirão Pires filiou o ex-prefeito de Rio Grande da Serra Adler Kiko Teixeira para concorrer à sucessão do prefeito Saulo Benevides (PMDB). Selaram aliança com o PTB e até definiram o vice. Nos bastidores, porém, ventila-se a movimentação pró-Edinaldo de Menezes, o Dedé (hoje no PPS), ex-vice-prefeito de Ribeirão e candidato derrotado por Saulo em 2012. “A candidatura do Kiko é irreversível, o que pode acontecer é vir outras forças para agregar ao projeto. Não há condição nenhuma de abrirmos mão da candidatura dele, está bem consolidada”, refutou Caio França.