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Ramalhão desperta lembranças de 2010
Dérek Bittencourt
06/02/2020 | 23:59
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Que início de temporada do Santo André! Cinco jogos, quatro vitórias (três no Paulista – sobre Ponte Preta, Ferroviária e Água Santa – e uma pela Copa do Brasil, acompanhada de uma classificação à segunda fase eliminando o Criciúma) e uma derrota (para o Guarani, aos 48 minutos do segundo tempo, em Campinas). Mas, mais do que os resultados, o Ramalhão do técnico Paulo Roberto mostra ter identidade, perfil e obediência tática. E mesmo quem sai do banco, dá conta do recado. Não quero correr o risco de me precipitar, mas o futebol apresentado pelo time é bastante vistoso. E posso dizer sem medo de errar, afinal, fui setorista do clube durante nove temporadas: há muito tempo não via uma atuação como no triunfo por 4 a 1 sobre o Criciúma, quarta-feira, no Bruno Daniel. Que me desculpem aqueles que conquistaram os títulos da Série A-2 de 2016 e 2019, ou da Copa Paulista de 2014, mas acredito que a equipe ramalhina que mais se assemelha a esta foi a do vice-campeonato estadual de 2010 (alguns apelidaram de “campeão moral”), naquela fatídica final contra o Santos.

A similaridade não é exatamente na questão tática. Afinal, aquele time de Sérgio Soares propunha o jogo, ficava mais com a bola e tinha as qualidades de Branquinho e Bruno César no meio de campo para articular as jogadas. Hoje em dia, o esquema de Paulo Roberto permite ao adversário que tenha a posse (no Paulistão, por exemplo, teve em média 37,4%), mas é letal nos contra-ataques, apostando nas velocidades e pés calibrados do atual Branquinho, Douglas Baggio, Guilherme Garré, além da presença de área do andreense Ronaldo.

O atual Santo André está amplamente amparado por números positivos. Foram 11 gols nos cinco compromissos até aqui na temporada. É o líder do Paulistão, com nove pontos em quatro jogos, à frente dos milionários Palmeiras, Santos, São Paulo, Corinthians e Bragantino. Aparece como primeiro colocado na relação entre finalizações por gol marcado (um a cada 4,3). O Ramalhão ainda trocou, em média, 233 passes por jogo – apesar de ter o pior índice de acerto, com 76,1%. Ocupa ainda a terceira colocação entre os times que mais desarmam, com 66 no total, ou 16,5 por jogo.

Na matéria principal deste caderno (leia ao lado), Paulo Roberto se mostrou surpreso com os números do time até agora, mas afirmou que houve planejamento para que o rumo da história fosse este. O Ramalhão foi cirúrgico nas contratações, mesmo perdendo alguns jogadores para alguns concorrentes do Paulistão. “Praticamente tivemos de entrar em leilão para contratar jogadores. Quatro ou cinco deles perdemos para rivais por conta de calendário no segundo semestre e orçamento”, afirmou o treinador. Se continuar assim, é questão de tempo para que os ramalhinos se equiparem a estes concorrentes.

A CONTA-GOTAS
Jogadores, comissão técnica e funcionários do São Caetano receberam de seu anjo-investidor parte do que lhes havia sido prometido e era devido desde novembro do ano passado entre salários e direitos de imagem. Aproximadamente R$ 300 mil. Entretanto, ainda falta pelo menos R$ 1 milhão referente a 13º salário e férias, além dos vencimentos de dezembro e janeiro. Não tenho dúvida de que o executivo Paulo Pelaipe está um tanto quanto incomodado com a situação. Afinal, desde sua chegada defende que os honorários devam estar em dia. Ainda assim, dentro de campo o time demonstrou muita personalidade na vitória por 3 a 1 sobre o Juventus. A se destacar a grande atuação do goleiro Luiz Daniel, com defesas fundamentais para que o Azulão saísse da Rua Javari com os três pontos.

Amanhã, o time terá duelo direto pela parte de cima da tabela da Série A-2 estadual, contra o Sertãozinho, clube que jamais venceu os são-caetanenses (são quatro empates e dois triunfos azulinos nos seis encontros até aqui). O dinheiro é importante para pagar as contas, trazer tranquilidade à família e tudo mais. Entretanto, os atletas do Azulão vêm dando show de comprometimento e hombridade.

CADÊ O CAD RIBEIRÃO PIRES?
A Federação Paulista de Futebol divulgou na quarta-feira os grupos da Segundona 2020. Havia a expectativa da presença do CAD Ribeirão Pires entre os times, sobretudo após dirigente do clube ter dito que o clube foi representado no conselho arbitral e que ainda havia tempo hábil para se garantir entre os 42 participantes do torneio sub-23. Entretanto, o Grande ABC terá dois representantes: Grêmio Mauaense e Mauá FC, que dividirão o Grupo 6 com Itararé, Taboão da Serra, Elosport, Jabaquara e Osasco. Assim como havia dito na coluna da semana passada, dois times conquistam o acesso e os 14 seguintes disputarão em 2021 uma espécie de Série A da Segundona – juntamente com os dois rebaixados da Série A-3. Os demais, jogarão a Série B da competição, equivalente à Quinta Divisão do futebol paulista, na qual pode surgir o CAD Ribeirão Pires. Entretanto, ainda quero acreditar que o Imperador conseguirá encontrar uma forma de ser incluso no torneio deste ano. Estou na torcida! 




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