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Observatório de Diadema tem condições precárias

Sem apoio do poder público, espaço é alvo de vandalismo e não mantém atividades regulares

Aline Melo
Do Diário do Grande ABC
13/12/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


 O que poderia ser um grande instrumento para educação de crianças, jovens e adultos de Diadema, está relegado ao abandono. O observatório Astronômico do município, no Jardim Inamar, sofre com a falta de interesse do poder público para retomar as atividades regulares do espaço, interrompidas desde 2012. O equipamento conta com o quarto maior telescópio de modelo newtoniano do Estado, adquirido em 1991 por meio de uma vaquinha, e as poucas atividades que ainda são realizadas ocorrem por iniciativa da Saad (Sociedade de Astronomia e Astrofísica de Diadema), mesma organização que fundou o local – o primeiro da Região Metropolitana – em 1992.

Em janeiro de 2017, o Diário mostrou que o observatório sofria com abandono e vandalismo. Em março daquele ano, foi realizado mutirão para limpeza do local e houve a promessa por parte da administração de que seria dado apoio às atividades. Reunião chegou a ser realizada com o presidente da Câmara, Marcos Michels (PSB), mas não houve avanço.

Integrante da Saad e um dos entusiastas da observação dos astros, Victor Rondon Fernandes, 21 anos, está à frente das mobilizações para retomada das atividades no local e explicou que voluntários estão quase finalizando a reforma do telescópio, que ainda deve durar dois meses. Apesar disso, o equipamento continua em condições de uso, mas o prédio do observatório está sem luz e conta com uma tomada com energia. A fiação, antiga, precisa ser trocada, mas ainda não há disponibilidade do material.

Efetivamente, a administração apenas permite que o observatório funcione em um equipamento municipal – nos fundos de onde já funcionou o Centro Cultural Inamar e hoje é o Conselho Tutelar 1, na Avenida Antonio Sylvio Cunha Bueno, 1.384. “Fizemos reunião recente com o secretário de Educação (Caca Vianna), gostaram da reativação, apoiam o processo, mas não dispõem de recursos para ajudar com a recuperação do prédio”, explicou. A administração tem se comprometido a ceder cadeiras e oficiais da GCM para eventos que vierem a ser realizados pela Saad.

A equipe do Diário esteve no local e, pelo lado de fora, não há nada que indique no imóvel que existe moderno telescópio. A falta de apoio e de divulgação do equipamento faz com que os moradores do entorno sequer saibam da sua existência. Trabalhando há quatro anos como atendente em um bar ao lado do imóvel, Luiz Cândido, 44, afirma que nunca viu o observatório ou o telescópio, apesar de “já ter ouvido falar que ele existe”. “Era uma coisa para as crianças frequentarem”, opinou. A dona de casa Maria da Graça Lima dos Santos, 58, mora na cidade há muitos anos, mas também desconhece o espaço. Assim como o neto, Kauê Victor, 8, aluno do 3º ano do Ensino Fundamental. “Acho triste ter um telescópio e a gente não poder olhar por ele”, lamentou o garoto.




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