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Doentes estão há 90 dias
sem três psicotrópicos

Administração alega estar com dificuldades de negociar
a compra com fornecedor que tem atrasado as entregas

Por Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
25/11/2011 | 07:10
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Moradores de Diadema que dependem de psicotrópicos estão desde agosto sem três remédios distribuídos gratuitamente pela Prefeitura. Isso porque a administração está com dificuldades de negociar a compra com o fornecedor que, segundo a Secretaria de Saúde, tem atrasado as entregas mesmo sob aplicação de multas.

Enquanto isso, os calmantes Rivotril e Diazepam (também utilizados para tratamento de insônia e síndrome do Pânico) e o antidepressivo Amitril, todos retirados na Farmácia Central da Avenida Alda, estão em falta nas prateleiras há cerca de três meses, segundo pacientes.

Mesmo com as cobranças semanais dos usuários, a Prefeitura informou que a demora na solução do caso deve-se à falta de reclamação. "Ligamos toda semana. Mesmo que houvesse os medicamentos nas farmácias comuns, não poderia comprar porque são caros. Não sou ninguém sem eles. Estou há três meses com insônia e de mau humor", disse a aposentada Maria Bernardete da Silva, 62 anos, que mora no bairro Serraria.

Segundo ela, sete vizinhas estão com o mesmo problema devido ao desabastecimento. A aposentada informou que quando uma das pacientes consegue alguma cartela, todos os comprimidos são repartidos entre elas. "Somos dependentes e ficamos agressivas sem eles. Tomo Rivotril há 20 anos."

No caso da paciente citada, depois de cerca de três meses sem uso contínuo, a pessoa pode começar a apresentar a chamada dependência psicológica, apresentando sinais como agitação extrema, ansiedade, sudorese, agressividade e tremor. Em relação ao consumo regular de antidepressivo, a dependência passa a ser psíquica. O indicado por psiquiatras é que tanto a dosagem inicial quanto a interrupção do remédio sejam feitas de forma gradativa para evitar graves efeitos colaterais. A Prefeitura solicitou empréstimos das medicações a outros municípios da região para tentar abastecer provisoriamente a farmácia. A administração não tem prazo para que a situação seja normalizada nem sabe o número exato de pacientes que tiveram tratamentos prejudicados.




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