O russo Marat Safin, 25 anos, derrotou de virada neste domingo o australiano Lleyton Hewitt e se consagrou campeão do Aberto da Austrália. O jogo durou quatro sets, com parciais de 1-6, 6-3, 6-4 e 6-4.

No primeiro set, Safin deu a impressão de que perderia novamente na etapa final (ele já foi derrotado em duas finais do Aberto da Austrália). Com um saque ineficiente (42% no primeiro set) e muitos erros não forçados - 13 contra apenas 1 para Hewitt – o russo acabou perdendo por 6-1. Ele mesmo confirmou que não foi um bom começo de jogo. "Não estava acreditando que estava jogando tão mal", comentou.

No entanto, Safin não cedeu à pressão. Nos sets seguintes, ele passou a se esforçar para impor seu jogo de fundo de quadra. A final só foi decidida no terceiro set, o mais disputado do jogo. Dominado por 4 ‘games’ a 1, Safin conseguiu se recuperar, enquanto Hewitt parecia desgastado.

O último set foi um show de Safin, que marcou 18 aces. "Ele conseguiu realizar golpes fantásticos do fundo da quadra. A potência que ele pode gerar é incrível. Ele foi simplesmente demais", elogiou Hewitt.

O australiano esperava devolver o título a seu país 29 anos depois da vitória de Mark Edmonson e ganhar seu terceiro Grand Slam - ele já conquistou o US Open em 2001 e Wimbledon em 2002. Essa foi sua terceira derrota consecutiva em finais de grandes eventos. Nas duas anteriores, ele havia sido superado por Roger Federer (atual número um do mundo), no US Open em setembro e no Masters em novembro.

O suíço permanecerá na liderança do ranking da ATP, apesar de sua derrota nas semifinais para Safin, mas ele parece ter finalmente encontrado um adversário à altura.

Segundo Safin, sua volta ao topo do tênis mundial se deve a sua associação com o sueco Peter Lundgren, ex-treinador de Federer. "Depois de ter perdido para Johansson em 2002, não achava que conseguiria conquistar outros torneios de Grand Slam. Hoje, já não sou mais tão inseguro", reconheceu o russo.