A Diocese de Santo André celebrou ontem o II Dia Mundial dos Pobres. A data, que foi instituída pelo Papa Francisco, visa despertar a Igreja Católica para os mais necessitados. Na Praça do Carmo, no Centro, foram atendidos cerca de 300 pessoas, em sua maioria moradores de rua, por 200 voluntários das paróquias da região. Os participantes ganharam refeições, corte de cabelo e atendimentos por uma equipe médica. Também foram distribuídos kits com produtos de higiene pessoal.

Entre os participantes, estava Margarete Estopa, 43 anos, que mora nas ruas da cidade há três anos. Ela contou que ficou quatro anos presa por tráfico de drogas e, desde que saiu da prisão, tem dificuldades para encontrar emprego de ajudante geral e se recolocar no mercado de trabalho. “As pessoas não contratam porque têm muito preconceito. Por conta disso, eu vim morar nas ruas com o meu marido. Dormimos nas esquinas e vamos até a Casa Amarela para tomar banho. Então esse kit de higiene, com toalha de banho, vai fazer a diferença”, contou ela, que também aproveitou para cuidar das unhas e almoçar.

O dia foi encerrado com missa celebrada pelo bispo Dom Pedro Carlos Cipollini. Ele afirmou que a data é um alerta para toda a população. “A pobreza está aumentando. São 14 milhões de desempregados e tudo isso tem uma consequência terrível. É necessário acudir aquilo que é essencial, que é matar a fome do povo, a ânsia por uma moradia digna, escola. Essa insegurança que vivemos é fruto dessa situação de miséria”, disse.

Sobre as eleições, o bispo afirmou que é preciso “lembrar em quem votou e cobrar. O poder público está a serviço da população, inclusive destas pessoas que estão aqui. São Vicente de Paulo dizia: ‘Os pobres são os nossos senhores. Principalmente de quem governa”.