Política Titulo Nardini
Direção do Nardini muda pela 2ª vez em seis meses
Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
30/05/2017 | 07:00
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Pela segunda vez em menos de seis meses, a superintendência do Hospital Doutor Radamés Nardini, em Mauá, vai passar por mudanças. Recém-nomeada para o posto, Renata Martello praticamente nem chegou a exercer o cargo na entidade e já deixou a vaga.

Ela foi indicada no início do mês pelo governo do prefeito Atila Jacomussi (PSB) para substituir Ricardo Carajeleascow, que pediu demissão no fim de março. A saída de Renata, inclusive, guarda semelhanças com o afastamento de Ricardo, segundo apurou o Diário. Ambos abdicaram da chefia do complexo hospitalar por conta de ingerências da diretora administrativa e financeira do Hospital Nardini, Lucy de Souza Lima.

A ida de Renata, ex-superintendente do Hospital Estadual Mário Covas, para o Nardini estava condicionada à saída de Lucy da cúpula do complexo hospitalar. Porém, além de permanecer no posto, Lucy teria liderado demissões em massa no hospital justamente no dia em que Renata assumiria o cargo, o que teria desagradado a nova superintendente e tumultuado ainda mais a já estremecida relação entre a cúpula do Nardini e a Secretaria de Saúde, sob o comando de Márcio Chaves (PSD).

O Diário recebeu relatos de funcionários da FUABC (Fundação do ABC), que gerencia o complexo hospitalar mauaense, recém-demitidos pela diretora. Os trabalhadores exonerados informaram que pelo menos 20 funcionários de diversas áreas do hospital foram dispensados, entre coordenadores de nutrição, de suprimentos e do SADT (Serviço de Apoio Diagnóstico e Terapêutico). “A diretora (Lucy) alegou que as demissões foram por motivos financeiros, porém, várias contratações estão sendo feitas em diversos setores do hospital e com salários superiores aos dos funcionários que foram demitidos. Estão sendo contratados gerentes sem a mínima qualificação para assumir os cargos que exigem conhecimento técnico”, contou um ex-funcionário, que não quis se identificar com receio de represálias.

De acordo com esses relatos, servidores demitidos em março ainda estão sem receber direitos trabalhistas. “A diretora administrativa disse que só pagará os funcionários se eles abrirem um processo trabalhista contra a Fundação do ABC”, contou esse servidor. O núcleo duro do Paço está ciente do impasse no Nardini,

Questionada, a FUABC não detalhou as demissões e não respondeu sobre a substituição de Renata Martello. A entidade se limitou a alegar que o hospital “está passando por processo de reestruturação” e que as mudanças em curso pretendem reduzir custos com a folha de pagamento”. Sobre as indenizações aos demitidos, a FUABC afirmou que “boa parte já recebeu todos os valores relacionados às indenizações trabalhistas. Os demais estão inseridos em uma planilha de pagamentos e terão seus direitos igualmente respeitados”. A Prefeitura de Mauá não se manifestou.  




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