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'La dolce vita' receberá homenagem 40 anos após estréia
Por Do Diário do Grande ABC
03/02/2000 | 11:56
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Classificado como um dos filmes mais escandalosos da história do cinema, ganhador da Palma de Ouro em Cannes e Oscar pelo figurino em 1960, ``La dolce vita' (A doce vida) de Federico Fellini receberá sábado, em Roma, uma homenagem particular, 40 anos depois de sua estréia.

No sábado, no mesmo dia em que foi apresentado pela primeira vez em Milao em 1960, o filme ``La dolce vita' será projetado completamente restaurado pelo Studio Universal de Stream, um canal italiano de televisao a cabo, acompanhado por um programa especial com documentos da época, fases da filmagem e entrevistas com protagonistas e cinéfilos.

Para homenagear uma das obras mais comentadas da história da cinematografia, cuja irreverência suscitou severas críticas, foram convidados entre outros Gianfranco Mingozzi, assistente de direçao de Fellini, que evocará esses anos, quando o filme dividiu a opiniao pública e principalmente escandalizou a Igreja Católica.

``Eu, jesuíta, o defendi', lembra em uma entrevista ao jornal La Repubblica o padre Angelo Arpa, escritor e estudioso de cinema, que se opôs inutilmente à ``guerra santa' desencadeada pela hierarquia da Igreja contra o filme.

``Asquerosa vida' foi o título que lhe deu entao o jornal do Vaticano, L'Oservatore Romano, descrevendo-o com desprezo, enquanto o Centro Católico Cinematográfico o classificou de ``proibido para todos'.

``La dolce vita', cuja estréia em Milao custou numerosos insultos a Federico Fellini e a seu ator favorito, Marcello Mastroianni, tornou-se um filme de referência para os cinéfilos de meio mundo, ao refletir valores e misérias, costumes e anedotas da sociedade burguesa italiana.

O filme de Fellini, que também conseguiu lançar o personagem universal do ``paparazzo', o fotógrafo que persegue celebridades, converteu a Via Veneto em cenário da crise pessoal de um jornalista, Mastroianni, que se movimenta com superficialidade e insatisfaçao em um mundo de festas, recepçoes, castelos aristocráticos e apartamentos de intelectuais.

``La dolce vita é demasiadamente importante para que se fale dele como se fosse um filme comum', escreveu entao o cineasta e poeta Pier Paolo Pasolini, um dos poucos que defendeu o filme.




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