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Bancos se unem para enfrentar a crise
Bárbara Ladeia
Do Diário do Grande ABC
24/11/2008 | 07:00
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Seja para acalmar os ânimos dos investidores ou para não espalhar o pânico no mercado financeiro, executivos de bancos envolvidos em operações de aquisição e fusão negam a interferência da crise financeira internacional, iniciada em setembro de 2008, na conclusão das negociações. Embora seja vantajoso para o sistema financeiro, talvez o consumidor final, na ponta da cadeia, não ganhe nada com a formação dos chamados megabancos.

O reposicionamento das empresas para superação da crise é, para o coordenador do curso de Economia da Fundação Santo André, Ricardo Balistiero, o principal motivador de tantas operações neste nicho. "Vamos assistir a outras desse gênero. O Bradesco deve se manifestar em breve", afirma. Fontes não oficiais do mercado, afirmam já terem ouvido especulações sobre uma possível aquisição do Bradesco de um banco estrangeiro e do encerramento das operações do HSBC no Brasil.

A principal questão, nesse caso, aborda a competitividade de tarifas e juros praticados pelas instituições financeiras. "O consumidor acaba perdendo com esse tipo de operação, pois o mercado fica mais restrito e os bancos têm menos pressão para manter juros e tarifas competitivas", lembra o professor.

Até mesmo para os próprios investidores, as operações não foram tão claras. O economista Roberto Gonzalez afirma que os acionistas têm o direito de participar e discutir tais negociações. "Os sócios minoritários, ou seja, os acionistas, ficaram um pouco de fora da negociação."

Para ele, no entanto, o atendimento ao consumidor não será tão prejudicado, uma vez que a flutuação dos valores cobrados pelas instituições financeiras pode ser regulado pelo Banco Central. "O Brasil tem uma regulamentação muito forte nesse sentido, mas é claro que ficam reduzidas as opções para os clientes."

De uma forma geral, o economista entende que o consumidor sai ganhando. "Só cresce banco que tiver eficiência em produtos e atendimento", afirma. "O público vai sentir diferença somente no longo prazo."

Gonzalez também acredita que as uniões não acabaram neste ano. "O Banco Regional de Brasília e o Votorantim devem ser os próximos", arrisca.

Para ele, não há dúvidas de que o cenário internacional vem acelerando tais operações. "A queda na Bolsa e a crise financeira aceleraram isso", afirma comentando a queda no valor de mercado de grandes empresas do País.




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