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Entidade defende semiliberdade

Líder da Fundação Criança diz que faltou diálogo com vizinhos da unidade

Por Rafael Ribeiro
do Diário do Grande ABC
08/12/2012 | 07:00
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Diretor-presidente da Fundação Criança, entidade de São Bernardo que cuida dos direitos de crianças e adolescentes, Ariel de Castro Alves defendeu ontem a abertura de uma unidade de semiliberdade da Fundação Casa na cidade em uma casa de alto padrão no Jardim do Mar. Para ele, faltou diálogo com a vizinhança.

"Sei que a instituição procurou outros lugares, com o mesmo tamanho e capacidade para abrigar 20 menores. Só que não encontrou. As pessoas ficam abaladas quando se fala que é unidade da Fundação Casa. Faltou prepará-los melhor, mostrar o quanto a integração é importante para o adolescente", disse.

A Promotoria de Justiça e Cidadania do município enviou à Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital pedido de investigação por suposta lesão financeira à entidade pelo imóvel escolhido. "Sem nenhuma necessidade. Eles procuraram em vários bairros, até de periferia, mas todos sabemos que em bairros menos favorecidos não há casas com capacidade para abrigar um grande número de menores", afirmou Castro.

Segundo o presidente da Fundação Criança, a casa abrigaria menores que cometeram delitos de menor gravidade ou que tenham conquistado o direito por bom comportamento. O período na casa varia de três a seis meses. "É uma espécie de abrigo, república, um projeto diferenciado."

O presidente da entidade também discordou do pedido feito pelo deputado estadual Orlando Morando (PSDB), que na terça-feira solicitou na tribuna da Assembleia Legislativa a demissão da atual presidente da Fundação Casa, Berenice Maria Giannella.

"Foi a melhor presidente que a instituição já teve", disse Castro, que há 20 anos trabalha com internos da Fundação Casa. "(Berenice) assumiu em uma situação diferente em 2005 e fez mudanças positivas, como a descentralização do atendimento, com unidades menores. Além disso, oferecer cursos profissionalizantes e apurar e punir casos de maus-tratos é exemplar", disse.

O índice de reincidência criminal entre internos da instituição é de 13%, enquanto nos presídios é de 60%, segundo dados da própria Fundação Casa.




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