Economia Titulo Orientação
Promessas para multiplicar
o dinheiro neste ano novo

Educador financeiro Reinaldo Domingos dá
conselhos para tornar seu 2014 mais próspero

Andréa Ciaffone
Do Diário do Grande ABC
01/01/2014 | 07:27
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Divulgação


Próspero Ano Novo. Esse está entre os desejos mais clássicos das viradas de ano simplesmente porque prosperidade é algo que todos desejam e poucos efetivamente alcançam. É nessa hora que as famigeradas promessas de ano novo podem ajudar – desde que efetivamente cumpridas, claro.

Para escolher os objetivos para 2014, que começa hoje, que farão seu dinheiro permanecer e, se possível, crescer, o Diário consultou o educador financeiro Reinaldo Domingos. “Não tem mágica. A previsão é simples: quem poupa ganha juros e prospera. Quem usa crédito, paga juros e vê seu dinheiro ir embora para não voltar”, diz Domingos. “Aí, a grande questão é: como estabelecer metas – as tais promessas de ano novo – que sejam viáveis e exequíveis e isso varia conforme o perfil financeiro de cada um”, explica o educador, que divide as pessoas em três grupos básicos em relação a dinheiro: investidor, equilibrados e endividados.

O investidor é o cidadão que sempre guarda parte do que ganha. É a pessoa que, por exemplo, guardou parte do 13º salário para pagar IPTU (Imposto Territorial Urbano), IPVA (Imposto sobre Veículos Automotores) e material escolar. Enfim, é o que já tem hábitos constituídos de poupador”, descreve Domingos, que acrescenta que apenas 5% da população corresponde a esse perfil.

“A grande vantagem das pessoas desse grupo é que elas conseguem obter ganhos por ter mais dinheiro. Além da opção de ganhar juros, o que multiplica o seu dinheiro, como compram à vista, ganham descontos”, diz Domingos.

“Pode parecer que há poucas recomendações a fazer para esse tipo de pessoa, mas tenho duas sugestões de promessas de Ano Novo. A primeira é que façam diagnóstico sobre a eficiência das suas aplicações de curto, médio e longo prazo e façam ajustes. A segunda é que alinhem os seus objetivos de curto, médio e longo em relação ao dinheiro que estão guardando”, diz.

O educador ressalta que é importante ajustar as intenções sobre o que fazer com o dinheiro que está sendo poupado. “Dinheiro sem destino se perde”, ensina. O método sugerido pelo autor do best-seller Terapia Financeira é estabelecer objetivos de curto, médio e longo prazo que podem ser, por exemplo, viajar para a Disney, adquirir carro novo e comprar um imóvel. Estabelecidos os sonhos e os prazos para realizá-los, a questão é encontrar o investimento mais rentável para cada destinação.


Equilibrados precisam se prevenir contra os juros

O educador financeiro Reinaldo Domingos define como equilibrada a pessoa que não tem dívidas de grande monta, mas que também não tem poupança. “Vive pagando juros de parcelamentos e nunca consegue realizar sonhos ou planos que exijam dinheiro em caixa. Não guarda nada”, descreve.

“O problema é que a pessoa desse perfil está sempre correndo o altíssimo risco de se tornar um endividado”, aponta. “Para a pessoa se conscientizar da necessidade de mudar de atitude, ela tem de se perguntar por quanto tempo aguentaria pagar suas contas se perdesse a sua fonte de renda”, aconselha.

Uma vez consciente da sua fragilidade, o equilibrado tem de começar a, todos os meses, tirar dinheiro logo que receber e alocar no fundo de realização de um dos seus sonhos.

Para isso, o equilibrado deve adotar três passos. O primeiro é identificar os ralos dos seus recursos, os excessos e cortá-los sem dó. Ele verá que consegue reduzir seus gastos entre 20% e 30% e que, por isso, se poupar 20% do seu salário assim que receber, não vai ficar sem cumprir seus compromissos. O segundo passo é identificar as realizações que quer atingir em curto, médio e longo prazo. O terceiro, é ser fiel ao propósito de poupar.
 

Endividados podem e devem se tornar poupadores

Dentro desse perfil estão as pessoas que têm grande parte da sua renda comprometida com parcelamentos e estão pagando juros. Segundo o Banco Central, 45% da população brasileira está endividada.

“Nesse grupo há dois subgrupos: os controlados, que mantêm suas prestações em dia, e os descontrolados, que estão com parcelas atrasadas e a um passo de se tornarem inadimplentes”, analisa o educador financeiro Reinaldo Domingos. Vale lembrar que é definido como inadimplente quem tem parcelas em atraso por mais de 90 dias.

Para os controlados, Domingos aconselha a continuar a honrar com seus compromissos pontualmente, e a fazer a promessa solene de se tornar um investidor. Para isso, o primeiro passo é não fazer mais prestações. Depois, fazer um saneamento dos seus gastos para poder alocar dinheiro numa poupança. “Quando se diz para um endividado que ele tem de poupar, a resposta recorrente é o dinheiro vai para sanar as dívidas. Isso é errado. Ele tem de pagar em dia seus compromissos, mas precisa poupar para fazer com que os juros trabalhem a favor dele. Nos parcelamentos, os juros jogam contra. Com o tempo, o dinheiro da poupança ganha volume e ele conseguirá usá-lo para quitar dívidas ou realizar alguma coisa que possa pagar à vista”, diz o educador.

A promessa que o especialista sugere aos que não têm controle é: não usar crédito nunca mais. A segunda recomendação é adequar seus hábitos de consumo à sua realidade, o que normalmente implica mudar seu padrão de vida. “A promessa é reaprender a viver sem crédito e só comprar com o que tiver de dinheiro na mão. Para o endividado, o crédito é um vício que envenena sua vida financeira.”
 




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