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Famílias da Imigrantes irão para o Campanário
Por Fábio Munhoz
Do Diário do Grande ABC
17/07/2012 | 07:00
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A CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano) aprovou dois terrenos apresentados pela Prefeitura de Diadema para construção de moradias para famílias que residem às margens da Rodovia dos Imigrantes. A administração municipal ainda busca outras áreas para encaminhar os moradores, já que, juntos, os dois locais têm capacidade para receber cerca de 40% do total.

Segundo a CDHU, as duas áreas já aprovadas estão localizadas na Avenida Prestes Maia, no Jardim Campanário. Os terrenos somam 16,6 mil metros quadrados e têm capacidade para abrigar cerca de 400 unidades habitacionais. Cerca de 1.100 famílias moram na beira da rodovia. Dessas, 148 que estavam em áreas consideradas de risco iminente já foram removidas pela Prefeitura e passaram a receber auxílio aluguel, de R$ 350 por mês.

Outra área oferecida pela Prefeitura à companhia estadual está localizada na Avenida Alberto Jafet, no bairro Promissão. O local ainda precisa do aval da CDHU para dar lugar ao conjunto. Os projetos ainda estão em fase de estudo, portanto, ainda não há prazo para que todos os moradores das áreas de risco sejam retirados. Também não há estimativa de quanto será investido nas construções.

O diretor de Planejamento Urbano da Prefeitura, Nailson Elias da Silva, avalia que, se a CDHU aprovar a área da Avenida Alberto Jafet, todas as famílias já terão novo endereço. Apesar de não haver prazo oficial, Silva acredita que a licitação para a construção das unidades possa começar ainda neste ano. "Geralmente essas obras demoram 12 meses. Então, acho que podemos ter isso até o fim do ano que vem."

 

DESCRENÇA

Enquanto os projetos ainda são discutidos, os moradores vivem período de dúvidas. "Não sabemos quem vai para os conjuntos e quem fica. Fizemos cadastro há cerca de cinco anos e ninguém falou mais nada", critica o pedreiro João Freire Ferreira, 57 anos. Segundo o morador do Jardim Ruyce, o cadastramento foi feito pela concessionária Ecovias, proprietária das áreas de domínio ao redor da rodovia.

A auxiliar de expedição Mônica Cláudia Gomes da Silva, 45, acredita que as promessas de remover os barracos não serão cumpridas. "Moro aqui há 30 anos e sempre escutei esse papo de que iriam nos mandar para um conjunto habitacional. Até agora, nada fizeram."

Apesar da crítica, ela não vê riscos de morar nas proximidades da Imigrantes. "Nunca teve ocorrências graves. Só alguns atropelamentos, principalmente de crianças que correm na estrada", lembra.

Urbanização do antigo Núcleo Krones fica para o fim de 2013

Prometida para maio, a urbanização completa do antigo Núcleo Krones, nas proximidades da Avenida Piraporinha, ficará pronta apenas no fim do ano que vem. Devido a problemas judiciais com empresa de mesmo nome, a área passou a ser chamada oficialmente de Núcleo Setor K. Considerada pela administração municipal como um dos locais com maior concentração de moradias precárias, a favela é habitada por cerca de 170 famílias.

O diretor de Planejamento Urbano da Prefeitura de Diadema, Nailson Elias da Silva, explica que o atraso se deve a problemas climáticos e mudanças no projeto original. "Até dezembro vamos concluir as obras viárias e de infraestrutura, como rede de água e esgoto."

Em seguida, 80 famílias serão removidas provisoriamente do núcleo para que a Prefeitura reconstrua os sobrados, que terão cerca de 45 metros quadrados cada. Durante esse período, os moradores serão enquadrados no auxílio aluguel. A estimativa é que as casas sejam erguidas em cerca de um ano. "Essa é uma das mudanças do projeto original, pois a ideia era fornecer kit com materiais de construção para que os próprios moradores fizessem as reformas", explica o diretor. Cada imóvel custará ao município cerca de R$ 60 mil.

Também faz parte do pacote a construção de prédio com 60 apartamentos, que deve ficar pronto em outubro. Segundo Silva, 37 famílias foram cadastradas no programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. "Depois que todas essas obras estiverem concluídas, o núcleo irá se tornar um bairro completo", finaliza Silva.

 




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