A chegada da primavera, que começou oficialmente quinta-feira, já anima a indústria e o varejo do vestuário no Grande ABC após um inverno quente, no qual muitas lojas venderam pouco e tiveram prejuízo. A expectativa é recuperar as perdas e ampliar consideravelmente as vendas no último quadrimestre do ano, que representa o melhor período para o setor – 60% do faturamento anual é registrado no período, de acordo com o Sindivest (Sindicato da Indústria do Vestuário do Estado de São Paulo).

Os quatro maiores shoppings do Grande ABC – Mauá Plaza, de Mauá, Metrópole, de São Bernardo, e Shopping ABC e ABC Plaza, de Santo André – investiram juntos mais de R$ 1 milhão na divulgação das novas coleções. Os estabelecimentos prevêem aumento nas vendas de até 17% ante a primavera de 2004.

Se depender da meteorologia, o setor de vestuário realmente será beneficiado. De acordo com o CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), esta primavera apresentará temperaturas mais elevadas do que o normal para a época.

O Shopping ABC foi o que mais investiu: R$ 750 mil para realização de desfiles de moda com artistas famosos, como Daniella Cicarelli e Thiago Lacerda. "Esperamos com isso incremento de 20% no fluxo de pessoas e 15% nas vendas ante o ano anterior", destaca a gerente de marketing, Elizabete Henriques.

Ao contrário do Shopping ABC, o Mauá Plaza antecipou o desfile da coleção primavera/verão para que os consumidores conhecessem previamente os destaques. "Nossa intenção é ampliar as vendas em 17% no último trimestre", completa a gerente de marketing, Lívia Oliveira. O estabelecimento investiu R$ 90 mil em campanha para o período.

O mesmo ocorreu no Shopping Metrópole, no qual a maioria das lojas já exibe a nova coleção nas vitrines. "Fizemos na primeira quinzena uma exposição de manequins e lançamos uma revista temática. Somente no período já tivemos incremento de 8% nas vendas", destaca a gerente de marketing, Tatiana Meluso.

Já no ABC Plaza Shopping, que aplicou R$ 350 mil em publicidade, os novos modelos devem chegar com toda força somente no começo de outubro. "A indefinição das estações fará com que os lojistas continuem com as coleções de inverno nas vitrines nos próximos dias", destaca a coordenadora de marketing, Fátima Cristina dos Santos. A previsão de incremento para a primavera é de 14%.

Indústria – Para o vice-presidente do Sindivest, Stefanos Anastassiadis, a primavera será responsável pela recuperação nas vendas, já que o setor enfrentou um inverno de retração. "O inverno quente prejudicou muito, já que as lojas tiveram que liquidar antecipadamente. No período, somente os consumidores se beneficiaram porque compraram a preços mais baixos."

A confecção Antishock, com sede em Diadema, também aposta suas fichas na nova estação. "Esperamos recuperar as perdas do inverno, quando deixamos de receber novos pedidos em razão do calor fora de época. Esperamos que agora o calor venha e que nossas vendas aumentem", diz o sócio-proprietário Reinaldo Batah.