Minguou a articulação para criar terceira via capaz de ameaçar o favoritismo carregado pelos deputados estaduais Donisete Braga (PT) e Vanessa Damo (PMDB) na eleição à Prefeitura de Mauá. Presidente do PTB paulista, o deputado Campos Machado enterrou as chances de aliança entre o vereador Irmão Ozelito (PTB) e o ex-prefeito Diniz Lopes (PR), que passam a ser adversários no pleito, cada um encabeçando projeto paralelo para chegar ao Paço.

A possibilidade de composição ganhou força domingo, quando Diniz acelerou seu discurso na convenção do PR e, apressado, apareceu no ato de Ozelito. Na data, posaram para fotos juntos e o republicano declarou que muita gente teria surpresas divinas e que alguns nomes poderiam se unir para que ‘o bem vencesse o mal'.

Ao contrário do pregado à ocasião, Diniz passou a impor que só aceitaria a parceria caso fosse o candidato a prefeito e Ozelito vice. O discurso mudou na segunda-feira, quando o ex-prefeito conseguiu liminar no Tribunal de Justiça suspendendo a reprovação das contas de 2003 e 2004 da Câmara de Mauá, o que poderia lhe deixar inelegível.

 "Pensamos na possibilidade de união, levei para o Campos Machado e ele deu o veredicto. Sou candidato a prefeito. Palavra dada, flecha lançada", discorre Ozelito, recorrendo a jargão utilizado corriqueiramente pelo mandatário do PTB. A chapa do vereador foi registrada ontem em cartório, tendo o presidente da Uniserv (União dos Servidores), Renato Abreu (PMN), como vice.

Diniz reconhece o papel decisivo de Campos Machado contra a parceria. "No começo, ele não queria que o Ozelito fosse vice do PT e nem da Vanessa. Agora, não quis que estivesse comigo. Não vou insistir."

Sem alianças, Diniz anunciará nos próximos dias quem será o seu vice, que, por falta de opções, será alçado do próprio PR. O empresário Evandro Aparecido Izidoro, proprietário de rede de clínicas de estética, desponta como favorito.

NADA FEITO

Diniz Lopes foi a quarta tentativa do ex-prefeiturável Chiquinho do Zaíra (PTdoB, que será candidato a vereador) agregar mais poder à terceira via. O projeto inicial do trabalhista era caminhar com Atila Jacomussi (PPS). Depois, convencido de que Ozelito era o melhor nome, passou a articular o vice. Para o posto, tentou Paulo Bio (PV) e Edimar da Reciclagem (PSDB). Todos rejeitaram a proposta e mantêm pré-candidaturas a prefeito.