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Novo kit de travas é a arma da Papaiz para superar chineses
Por Isaías Dalle
Do Diário do Grande ABC
29/03/2005 | 14:40
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A Papaiz quer aumentar em até 30% sua participação no mercado de travas para portas residenciais a partir de abril, quando lança um kit com três travas multiponto. A novidade do produto é o eixo do miolo, em forma de Y, que substitui as tradicionais reentrâncias da chave e da própria fechadura, e que foi projetado para impedir que a porta seja aberta com o uso de um pé-de-cabra, por exemplo.

O grupo Papaiz, cuja maior unidade está localizada em Diadema, vende todos os meses 25 mil travas, em média. Apesar de fazer sigilo a respeito de outros projetos, a empresa também planeja voltar à mídia no segundo semestre, depois de quase uma década sem investir em publicidade, e a promover uma modernização visual em sua linha de produtos. Não revela, no entanto, prazos e investimentos.

O lançamento de kit de três travas faz parte da estratégia da empresa para diminuir o espaço ocupado por produtos importados de má qualidade, vindos especialmente da China, e de produtos nacionais que utilizam miolo duvidoso. O miolo é considerado a alma de cadeados, fechaduras e travas, porém é invisível ao consumidor comum. Há empresas que o recobrem com uma parte externa de boa aparência, caprichando no visual das maçanetas, por exemplo, mas desprezando o mais importante item de segurança contra furtos.

Essa concorrência chegou a tirar 30% do mercado de cadeados da Papaiz na primeira metade da década de 1990, quando a importação tornou possível a compra de similares orientais até mesmo em lojas de R$ 1,99. Para se diferenciar, a Papaiz sabia que deveria recorrer à qualidade. Em sua corrida de recuperação, chegou a instalar uma fábrica em Salvador, que hoje emprega 210 funcionários.

Pressionada pela concorrência a investir na ampliação da oferta de produtos, ao mesmo tempo em que precisava cortar custos, embarcou nas isenções oferecidas pela Bahia. Ao mesmo tempo, junto com outras empresas do setor, fez pressão sobre o governo federal até que as alíquotas de importação subissem, tirando força dos orientais.

Outro passo foi aderir ao PBQP-H (Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade - Habitat), criado pelo governo federal, em 1998, para estimular as empresas fornecedoras da construção civil a investirem no desenvolvimento de produtos com maior qualidade.

Normas técnicas – Para fazer parte do programa, as empresas precisam preencher normas técnicas elaboradas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). Entre as táticas que o programa federal aplica para esse fim, destaque para o fato de condicionar a concessão de empréstimos imobiliários ao uso de produtos certificados em todas as fases da obra.

A Papaiz já preenchia os requisitos antes de sua adesão ao PBQP–H. “Já exportávamos para outros mercados e seguíamos as normas européias, que são equivalentes”, explica Danilo Karassawa, gerente de produtos da fábrica em Diadema.

A Papaiz vende todo o mês, em média, 95 mil fechaduras e 700 mil cadeados por mês. A empresa fabrica também esquadrias de alumínio e fechaduras para móveis de escritório, que por sinal é o primeiro produto do grupo, fundado em 1966.



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