Márcio Bernardes Titulo
Frustração

Perder para a Bolívia em La Paz com aquela altitude toda até pode ensejar desculpas. Não jogar futebol convincente com ar...

Especial para o Diário
16/10/2009 | 00:00
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Perder para a Bolívia em La Paz com aquela altitude toda até pode ensejar desculpas. Não jogar futebol convincente com ar rarefeito também. Empatar com a fraca, porém esforçada Venezuela, em casa, deixou todo mundo frustrado. A seleção fez pouco para merecer aplausos.

É verdade que aconteceram dois pênaltis claros: um em Luís Fabiano e o outro quando o zagueiro meteu a mão na bola. As chances reais, no entanto, foram poucas. Azar de Diego Souza que não foi bem em La Paz e não teve chance em Campo Grande.

Não se pode deixar de reconhecer a campanha brilhante e a classificação antecipada para a Copa do Mundo da África. Mas o jogo contra a Venezuela deixou um gostinho de cabo de guarda-chuva.

KAKÁ ESTÁ CERTO! - A maior estrela da Seleção Brasileira deu o alerta. A concentração para a Copa da África tem de ser completamente diferente à de 2006. Como o nome já diz não se pode perder em nenhum momento a concentração.

Naquela época, Kaká não era o líder de hoje. Na última Copa, Ronaldo, Cafu, Roberto Carlos e Ronaldinho Gaúcho davam as cartas no grupo. Todos se lembram das bagunças, a falta de comprometimento e o laço frouxo permitido por Parreira. A concentração em Weggis, pequena cidade Suíça, foi um compromisso comercial dos cartolas. E prejudicou 100% a preparação.

Lembro-me que no fim de maio fazia muito frio na região da linda Lucerne. Em volta do estádio onde o Brasil treinou fizeram uma quermesse. Literalmente!

Montaram barracas que vendiam caipirinhas, pastéis e outros quitutes, ao som de muito samba. Apareceram mulatas e Marias Chuteiras que usavam micro-roupa apesar da baixa temperatura.

Um dia, antes de um treino, alguns jogadores faziam aquecimento e batiam bola. Um olho no peixe e outro no gato. Ou seja, fitavam as moças que estavam sirigaitas nas pequenas arquibancadas.

Brinquei com um colega jornalista carioca. Disse-lhe que naquela noite haveria folga. Ele estranhou porque não estava na programação. Percebi que caçadores e caças estavam muito salientes.

Não deu outra! Após o treino, durante a coletiva, Parreira disse que os jogadores ganhariam descanso naquela noite e poderiam deixar a concentração. Dois dias depois o jornal da região publicou fotos comprometedoras de alguns jogadores numa boate ao lado de lindas moçoilas.

O gesto displicente de Roberto Carlos, levantando as meias e apreciando Thierry Henry, sem ser molestado, marcar o gol da vitória francesa em Frankfurt, foi a fotografia perfeita de como vários medalhões levaram aquela Copa.

O foco deve ser total e Kaká está absolutamente certo.




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