Artigo

Nossos meninos e meninas estão cada vez mais atualizados. Bastam alguns minutos no computador e já entendem de tudo e nos ensinam coisas que nunca imaginávamos ser capazes de aprender. Mas para que nossos jovens tenham acesso ao computador, nós que batalhamos ainda com velhas ferramentas, que estranhamos os celulares que usamos, temos que ir até a loja, comprar os equipamentos modernosos para que nossos meninos e meninas tenham chance mínima para treinar seus novos atributos sociais.

Criança sem acesso digital é praticamente analfabeta. Nós, pais, sabemos disso. Daí o nosso esforço, que já foi percebido pelas agências de propaganda, que nos bombardeiam o dia inteiro com ofertas de computadores, laptops, iPads e outros bichos. Os políticos oportunistas também já perceberam que esse acesso à tecnologia faz parte de nossas preocupações. E começam a incluir nos seus discursos a escola digitalizada, um computador por aluno. Chegam até mesmo a oferecer tablets.

Pena tratarem com tanta irresponsabilidade necessidade vital para a construção do futuro de nossas crianças. E o que tememos é a reprodução mais uma vez do fosso que separa os filhos das famílias abastadas, que praticamente nascem com chip no berço, e as nossas crianças que dependem do nosso investimento direto para terem como treinarem suas habilidades com os meios eletrônicos e digitais.

Mas nós temos o que mais interessa à elite: votos digitais em massa. E vamos usar esse acesso digital às urnas para impor nossas vontades. Ao longo deste ano vamos conversar com nossos filhos e pedir a eles, nos seus relacionamentos com os Facebooks da vida, para nos ajudar a identificar os políticos que têm algum comprometimento com a educação digital. Juntos e em família, faremos a seleção dos que pretendem ocupar cargos públicos e verificaremos quais são seus verdadeiros compromissos digitais.

Pois da mesma maneira que não se conseguia alfabetizar crianças na nossa época sem ter acesso aos cadernos, hoje em dia todos são sabedores, inclusive os políticos e candidatos, que sem boa infraestrutura digital, com acesso a bons computadores e a redes de internet de banda larga, que excluiremos grandes contingentes de jovens das oportunidades no futuro. Claro que essa maioria de excluídos será de filhos de trabalhadores e do lado mais pobre da população. Mas ainda temos tempo de reagir, fazendo valer a cidadania digital.

Cícero Martinha é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André e Mauá.

PALAVRA DO LEITOR

Vila Assunção

Há pelo menos dois anos o Departamento de Trânsito de Santo André deixa de fiscalizar a região da Vila Assunção, nas proximidades do Hospital Cristóvão da Gama e faculdade Anhanguera. Mais precisamente à noite, as ruas Doutor Alberto Benedetti, Coronel Ortiz, Andradas, Fortaleza e imediações viram terra de ninguém! Os veículos são estacionados sobre as calçadas, nas faixas de segurança, nos cruzamentos e à frente de portões de garagens. As vans que transportam alunos travam o trânsito, pois são estacionadas em fila dupla. Azar das ambulâncias que precisam acessar o Centro Hospitalar Municipal, o Cristóvão da Gama e o Hospital Brasil, pois não têm por onde trafegar.

Maurício Gonçalves Bertão, Santo André

Queria entender...

Para que serve mesmo o Consórcio Intermunicipal? Quer dizer que os grandes ‘patrões' venceram e os menores, donos de ‘automóveis', é que vão fazer rodízio? Precisamos lembrar que esses também pagam impostos! Nem um nem o outro são causa do problema do trânsito e dos engarrafamentos nas cidades. A causa é a falta de planejamento e deixar os interesses do povo à parte. Essas reuniões têm jetons? Não venham com respostinhas, tais como ‘Em resposta à carta do leitor...'. Parece que houve promessas, por parte dos que estão no poder, de que seria diferente! Arruma uma vaga com jetons nesse Consórcio Intermunicipal, aí ô!

Alberto Moreno, São Bernardo

CPI

Sabem o que quer dizer, CPI? E ainda existem ingênuos que falam em Lei da Ficha Limpa! Mas que coisa! Essa CPI em Santo André, sabem no que vai dar? Em nada! No máximo uma imensa pizza. Agora, quanto ao sabor, vocês, leitores, escolham para eles.

Edson Rodrigues, Santo André

Acordo

No acordo assinado pelo ex-presidente Lula com a Fifa para realização da Copa do Mundo em 2014 no Brasil consta item que bebidas alcoólicas devem ser livremente comercializadas nos estádios onde serão realizados os jogos. Hoje temos no Brasil lei que proíbe a comercialização de bebidas alcoólicas nesses locais, mas o referido acordo terá a durabilidade do evento, isso é, a Copa do Mundo. Se algum torcedor ao sair do estádio embriagado e conduzindo um automóvel, atropelar e matar algum transeunte, esse não será penalizado, pois pode dizer que consumiu a bebida em local autorizado por lei, estando assim livre de qualquer penalidade. Também nenhuma autoridade policial poderá fazer qualquer tipo de vistoria ou mesmo diligência durante a Copa no Brasil no que se refere a uso de bebida alcoólica, pois estará indo contra o acordo presidencial ratificado pelo Congresso Nacional. Como todos sabem, Lula sempre foi adepto de bebida alcoólica. Será que ele estava sóbrio quando assinou o referido acordo com a Fifa?

Walter Francisco Barros, Araçatuba (SP)

Diferenças

Fiquei feliz em saber que o nosso ex-presidente está curado do câncer. Fui diagnosticada com a doença na mesma época que ele e hoje ele comemora sua cura, e eu comemoro na fila de espera do SUS por vaga para começar o tratamento. Vejam só que diferença fazem o poder e o dinheiro! Ser povo no nosso País é ter coragem e muita fé em Deus, pois depender do governo, principalmente da Saúde, é esperar pela morte. Se os ‘deuses' da comissão da anistia tivessem pago a nós um valor justo pela atrocidade cometida contra meu pai na época da ditadura, hoje talvez eu estivesse comemorando junto com Lula a minha cura. Mas, infelizmente, a vida do meu pai foi avaliada no valor de R$ 15,3 mil, valor esse que o governo gasta em um jantar com amigos. Enquanto isso, indenizações milionárias são pagas a pessoas do alto escalão do governo. Mas quem se importa com um sapateiro do povo?

Eloisa Portela, Fortaleza (CE)

Descaso total

uero deixar aqui registrada minha indignação com o prefeito de Mauá, Oswaldo Dias, com o descaso a nós, servidores. Nada de reajuste salarial, pois desde a semana passada em negociação (pelo menos é o que o sindicato nos disse) e agora chega aos nossos ouvidos que o prazo para tal reajuste se esgotou! É muito descaso, desvalorização e não vai ao encontro daquilo que o partido prega em comícios. Mas como não sou comissionada, o que resta é me conformar.

Raquel de Queiroz Chaves, Mauá