A indústria do Grande ABC está apreensiva diante das próximas medidas econômicas do governo federal. Depois de conquistarem resultados positivos em 2009, é hora de investir em ampliação, porém existe a preocupação se haverá estabilidade econômica nos próximos meses. Enquanto isso, o indicador Sensor Econômico, do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), acumulou 31,5 pontos em dezembro, alta de 2,3 pontos sobre novembro, indicando que o setor produtivo nacional espera leve crescimento do cenário econômico e social do Brasil.

O Sensor Econômico mede o humor do setor produtivo nacional. Em dezembro, 70 entidades associativas participaram da pesquisa.

O diretor da regional de São Bernardo do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), Mauro Miaguti, explica que a preocupação dos empresários da região gira em torno das próximas medidas do governo para a economia. "Os resultados do fim de 2009 foram bons. Agora seria a hora de investir em expansão."

Mas Miaguti diz que existe um certo receio se a grande oferta de crédito ao consumidor e as demais medidas anti-crise, adotadas pelo governo, não desenvolverão uma bolha na economia nacional.

PEQUENA INDÚSTRIA - O presidente do Simpi (Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo), Joseph Couri, prevê um crescimento de 5,8% no PIB da micro e pequena indústria do Grande ABC. O setor é composto por 11.151 empresas na região e registrava, no fim de 2009, 63.494 empregos diretos.

"Se o governo manter o acesso ao crédito, a redução da taxa de juros e a política de redução tributária, 2010 será um ano fantástico à pequena e micro indústria", pontua Couri.

Para o presidente do Sindicado da Indústria de Móveis de São Bernardo e Região, Hermes Soncini, "seria bom a manutenção de juros reduzidos". Ele diz que, desta maneira, aumentam as chances de recuperar os "resultados desastrosos apurados de dezembro" da classe.