Nunca os brasileiros compraram tantos carros como em maio. Foram 211.155 veículos, recorde mensal do setor em 50 anos. O melhor resultado anterior foi em dezembro, com 204,8 mil unidades. Nos cinco meses do ano, o setor acumula vendas de 883.621 veículos, dos quais 95% são automóveis e comerciais leves e o restante, caminhões e ônibus.

Em relação a 2006, as montadoras já venderam um mês a mais ante as 712.841 unidades vendidas em igual período (janeiro a maio), contabilizando também o melhor acumulado da história para o período.

Os resultados deste ano até maio, com crescimento de 24% ante o ano passado, levaram empresários do setor a projetar um ano ainda melhor que o previsto. O presidente da General Motors, Ray Young, aposta em 2,3 milhões de unidades até dezembro, 100 mil além da última previsão. Já o presidente da Fiat, Cledorvino Belini, contabiliza 2,2 milhões de automóveis e comerciais leves, números que, pelas contas da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), incluiriam também caminhões e ônibus. Em 2006 foi vendido 1,92 milhão de veículos.

Em maio, as vendas cresceram 17,7% em relação a abril e 28,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado. “A combinação de juros em queda, a oferta de crédito e o crescimento do nível de confiança dos consumidores favorecem as vendas”, diz o diretor-comercial da Fiat, Lélio Ramos.

Antecipação - Com 26,8% de participação no segmento de automóveis e comerciais leves em maio e de 25,5% no ano, a Fiat é líder do mercado, e sem fila de espera para seus produtos. Segundo Ramos, no fim do ano passado a companhia percebeu que o mercado continuaria aquecido e antecipou a abertura do terceiro turno de trabalho na fábrica de Betim (MG), com 1,2 mil contratações.

Esta semana, abriu mais 1,7 mil vagas para ampliar a produção. As vendas do Palio cresceram 37% em maio, na comparação com abril, para 20.793 unidades, uma diferença de 600 unidades ante o líder, Gol, que vendeu 21.393 unidades, 13,5% mais que no mês anterior.

Para desafogar a linha de montagem em Minas Gerais, a Fiat vai produzir o Siena também na Argentina a partir de janeiro. A Volkswagen suspendeu o programa de reestruturação na fábrica de São Bernardo, que previa demissões, e convocou trabalho extra aos sábados até 2008, além de contratar 700 funcionários temporários para a filial de Taubaté (SP).

A GM estuda criar um terceiro turno em Gravataí (RS), onde são produzidos os modelos Celta e Prisma, cuja compra têm filas de espera de 15 a 60 dias.