O ministro do Meio Ambiente, José Sarney Filho, participou neste sábado no Tocantins da inauguraçao do Centro de Pesquisa Canguçu de Seqüestro de Carbono. O projeto, instalado na margem direita do rio Javaés, na regiao da Ilha do Bananal, envolve cinco municípios em uma área de 770 mil e 587 hectares. Trata-se de um projeto audacioso de combate ao efeito estufa,
cuja meta é conter 27 toneladas de gás carbônico durante 25
anos.
O projeto de seqüestro de carbono prevê a preservaçao de 200
mil hectares de florestas primárias no Parque Nacional do
Araguaia e na Area de Preservaçao Ambiental do Cantao e a
produçao anual de 120 mil mudas de árvores e arbustos nativos e
fritíferos para distribuiçao nos cinco municípios que participam
da iniciativa. No Tocantins, os cerca de 2 milhoes de hectares
que compoem a Ilha do Bananal, a maior ilha fluvial do mundo,
têm sofrido com as queimadas.
Para o diretor executivo da empresa Ecológica, Divaldo Rezende, responsável pelas açoes, a idéia é estabelecer um
sistema de monitoramento ambiental permanente, com a elaboraçao
de um estudo regional, fornecendo recomendaçoes que possam ser
usadas para gerar iniciativas de desenvolvimento apropriados nos
municípios .
Na primeira etapa do projeto, que tem à frente a empresa
Ecológica (de Palmas-TO), estao sendo investidos US$ 1,5 milhao,
dinheiro financiado pela britânica AES Barry. A iniciativa tem
como parceiros o Ibama, Instituto Natureza do Tocantins
(Naturatins) e a ONG Gaia. O programa será avaliado no mês de
outubro, em Bonn (Alemanha), por delegaçoes de todos os países
que participaram da Conferência de Kioto, em 1997.
Esse projeto coloca o Brasil dentre os três países no planeta ao lado de Peru e México, a desenvolver uma açao sistemática de monitoramento e preservaçao ambiental para a retirada de excesso de CO2 da atmosfera.
Em Palmas, antes de embarcar para o Centro de Pesquisa, Sarney Filho assistiu à incineraçao de seis toneladas de material de caça e pesca predatórias e assinou um convênio com o governo do estado no valor de R$ 700 mil, para investimento em
projeto de extrativismo e criaçao de animais silvestres em
cativeiro.