Artigo

De muita gente passou despercebida a renúncia do presidente húngaro, Pal Schimitt, no dia 2, motivada pelo plágio em sua tese de doutorado, defendida faz mais de 20 anos. Ainda que não seja exemplo de desenvolvimento econômico, sem dúvida esse pequeno país encravado no centro da Europa nos mostra que não há lugar para o ‘mais ou menos'. Ou é ou não é. Assim, se plagiou na apresentação de tese, ainda que nos anos 1990, não tem moral ilibada, e não pode ocupar cargo público, muito menos a presidência. Isso na Hungria.

Por aqui é diferente. Com o exemplo, lembro-me que pretenso candidato à prefeitura paulistana fez o mesmo em sua tese de mestrado. Num país sério, essa situação sepultaria sua carreira política e ele voltaria a ser escritor. Aqui, sequer cogitou retirar a candidatura ou seu partido lhe cobrou explicações, e tampouco a oposição bradou que lhe falta idoneidade. Aliás, até a criação da Lei da Ficha Limpa, e da fixação dos seus efeitos pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a praxe era o político envolvido em falcatruas renunciar ao mandato para retornar na legislatura seguinte pelo voto popular. Pelo menos nesse ponto agora será diferente, em que pese a tentativa de quase todos os partidos em obter, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que se afrouxe o rigor da nova lei. Mas nesse espírito de mudança, de amadurecimento da República, qual o papel do Senado? É inegável a divisão social do Brasil atual: de um lado os políticos, que em regra somente pensam em si, e do outro o povo.

Dessarte, não se justifica a mantença do Senado. São 81 senadores, 3.516 funcionários terceirizados e 2.500 de carreira. Será que as elevadas discussões mantidas naquela Casa justificam sua existência? Creio que não. O motivo mais recente é a derrocada do senador Demóstenes que, longe de ser o último, é apenas mais um dos tantos maus políticos pagos com nossos impostos. E interessante: lá tem assento Ivo Cassol, que vociferou da tribuna dia desses contra o fim do 14º e do 15º salários dos parlamentares, e Pedro Simon, com 50 anos de vida pública, que confessou: ‘O ministério é fraco, um dos piores que já vi. Antes, colocavam-se nos ministérios os melhores nomes do Parlamento. Hoje, o ministério consegue ser pior que a média do Parlamento, que beira à mediocridade.' O Senado é prescindível, a ética não.

Vladimir Polízio Júnior é defensor público.

PALAVRA DO LEITOR

Política

As manchetes deste Diário nos trazem: formação de quadrilha em São Bernardo, escândalo no Semasa, em Santo André, e na Sama, em Mauá... Eta Brasilzão!

Antônio Marcos Costa, Mauá

Pedido

Como cidadão andreense há mais de 60 anos, lendo este Diário do dia 10, assim como eu, creio que milhares de leitores estão envergonhados com a manchete da Primeira Página, atinente a vergonhosa e escandalosa atuação do prefeito Aidan Ravin. Assim, como não podemos renunciar ao nosso voto que ajudou a lhe eleger prefeito, peço encarecidamente que renuncie ao seu mandato imediatamente, bem como desista da condição de candidato a prefeito. Seu lugar, com certeza, seria ocupado pela vice-prefeita, que tem história de longa data com Santo André.

Fernando Martins, Santo André

Coleta de lixo

Sou morador da Rua Vinã Del Mar, no bairro Assunção, em São Bernardo, e estou indignado, pois a coleta de lixo não vem sendo cumprida de maneira correta, visto que a do dia 9 somente foi efetuada no dia seguinte, causando transtorno aos moradores. Será que é tão difícil realizar a operação de maneira a não causar problemas à população?

Flávio Roberto Martins da Silva, São Bernardo

Montorinho

Li na edição de domingo que o escritório do vereador Montorinho pegou fogo na madrugada (Política, dia 8). Esse incêndio está com cara de ser criminoso, justamente no momento em que o vereador denunciou o prefeito por irregularidades no Semasa. Na CPI, que investiga a venda de licenças ambientais por até R$ 350 mil, ele é o único de oposição ao prefeito. E esse prefeito Aidan, muito cara de pau, contratou outra ONG sem licitação. Parabéns, prefeito! Depois não quer ser investigado. O leitor Antenor Almeida (Faltou dizer..., dia 8) tem razão: o barco está afundando e o padre já está longe! Aliás, eu vi o padre Antonio, seu ex-secretário, na via-sacra da Igreja Nossa Senhora da Salete na Sexta-Feira Santa. Será que ele está praticando para voltar à igreja ou só estava pagando penitência?

Amaral Silva, Santo André

Aniversário

Santo André fez 459 anos. Se fosse fazer um bolo teria sido grande demais, pois tu és grandiosa em nossos corações, mesmo para mim, que não sou nascido em teu solo, mas acompanho de onde estou, a distância, a tua trajetória. Tive o prazer de ter filhos, e criá-los em vosso solo, tão generoso. Quem te conhece não precisa sair por aí conhecendo o mundo, pois o mundo está em ti. Norte-americanos, franceses, italianos, japoneses e tantas outras nações sabem bem quem tu és, um solo rico, que a todos abriga e prospera. Ainda que tive sobre teu solo perda dolorosa, por isso estou distante, não deixo de te amar. Obrigado, pois além de me hospedar, me destes um time de futebol para torcer. Parabéns, Santo André.

Carlos Sérgio Missão, Maringá (PR)

Defesa Civil

Parabéns à Defesa Civil de nossa cidade São Bernardo pela ‘medalha de ouro' conquistada entre os 5.565 municípios do Brasil. Pela melhor prática no País na prevenção de desastres em áreas urbanas. Que sirva de exemplo aos governantes do Rio de Janeiro, que prevenir é o melhor negócio.

Charles França, São Bernardo