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Ministro do STF pede menos crítica e mais colaboração
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25/10/2003 | 19:10
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O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Maurício Corrêa, disse neste domingo, em Salvador, que chegou a hora de as autoridades dos outros Poderes pararem de criticar o Judiciário e começarem a colaborar para a melhoria da Justiça. Na terça-feira, Corrêa deve enviar ofício aos presidentes dos outros dois Poderes convidando para uma reunião no STF. Os temas previstos são as reformas do Judiciário e dos códigos de processo Civil e Penal, responsáveis pelo fato de os processos tramitarem por décadas na Justiça brasileira.

“Há uma história em que um burro fica comendo de um lado e o outro de outro, e um monte de capim no meio. Um puxa para um lado e outro para outro. Fica um acusando o outro e outro acusando a outro. Na realidade, é preciso que haja uma união de esforços para que a coisa seja executada”, afirmou Corrêa, tentando demonstrar a necessidade de os chefes dos três Poderes pararem de trocar farpas e se reunirem para discutir.

Corrêa adiantou que a reunião não é para “delegados de chefes de Poder”. “Isso é para valer, não é uma coisa abstrata. Vamos ver o que eles podem ajudar, já que há críticas generalizadas”, afirmou o presidente do STF, que nos últimos meses teve problemas de relacionamento com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Apesar de considerar “interessante” a idéia do publicitário Duda Mendonça de fazer uma campanha publicitária sobre o Judiciário, Corrêa afirmou que não dispõe de recursos para isso, e disse que os juízes sabem as razões das críticas sofridas. “Geralmente quem critica não tem conhecimento sobre a tramitação dos processos, que permitem vários recursos, atrasando o julgamento”, afirmou. Ele explicou que, no momento, o STF está tentando colocar no ar uma rádio do Judiciário e transformar em canal aberto a TV Justiça, o que deverá democratizar, em sua opinião, as informações sobre o Poder.

Ingerência – Horas após a entrevista concedida por Corrêa a jornalistas, dirigentes da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros) assinaram uma carta com os resultados do 18º Congresso Brasileiro de Magistrados, que aconteceu na semana passada, em Salvador. Com nove pontos, o documento rejeita qualquer forma de ingerência que comprometa a soberania nacional, a independência e a autonomia do Judiciário, numa referência à proposta de inspeção da ONU (Organização das Nações Unidas) na Justiça. O documento também denuncia uma suposta política de desmonte do Estado decorrente, dentre outras razões, da reforma previdenciária.




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