Artigo

Até mais ou menos três décadas atrás, o papel tradicional dos pais lhes permitia autoridade inquestionável e eles tendiam a controlar a vida dos filhos por meio de regras fixas e pouco diálogo. Determinavam o que devia ou não ser feito e usavam de coerção para instituir a obediência. Porém, tais procedimentos passam a ser rejeitados quando se pretende abandonar modelo familiar baseado no comando para estabelecer relação baseada na negociação. Isso porque muitos pais não objetivam repetir o mesmo que experienciaram enquanto filhos. O problema é que, na ausência de parâmetro relacional vivido, posto que hoje não se sabe utilizar as referências transmitidas em decorrência da espantosa transformação dos hábitos e posturas que se deu nos últimos 50 anos, corre-se o risco de passar diretamente ‘de oito a 80'. Ou seja, nega-se a autoridade absoluta para adotar desastrosa permissividade.

Pensando agir de modo amistoso e democrático, pais permissivos são propensos a exigir pouco, praticar controle muito fraco e satisfazer todos os desejos dos filhos. São presentes como grandes ‘coleguinhas', mas ausentes como pais. E ao observarmos os estilos de práticas parentais, concluímos que a autoridade despótica e as atitudes punitivas drásticas dos autoritários são tão causadoras de problemas quanto os mimos exagerados dos pais permissivos. É esperado que a legítima autoridade dos pais exista no sentido de dar limites para estabelecer a organização interna da criança e do jovem e mediar os conflitos, pois a construção de relações familiares baseadas na participação e na negociação reivindica dos pais o estabelecimento de exigência compreensiva em relação aos filhos. Há que se cobrar responsabilidade desde quando eles são pequenos, para que tenham claro o que podem ou não decidir e fazer.

Nessa direção, autoritarismo e permissividade dão lugar à flexibilidade. Diante de regras que devem ser obedecidas, há espaço para negociações, onde os pais têm direito e dever de manter as regras, alterá-las e, quando preciso, também abandoná-las. Mas toda negociação deve acontecer com muito diálogo. Caso contrário, pode-se propiciar o aparecimento de comportamentos arbitrários, o que confunde e atrapalha a educação dos mais jovens. Encontrar modelos eficientes para promover forma ‘quase ideal' de ser pai e mãe é tarefa essencial para fortalecer juventude não só autônoma, mas também mais responsável.

Francisca Romana Giacometti Paris é pedagoga e mestre em Educação.

Palavra do leitor

Mauá
Ainda bem que a Prefeitura de Mauá lê esta coluna e viu as reclamações e sugestões que fiz para melhorar a Avenida Capitão João. Tanto que ordenou o Departamento de Trânsito a refazer as faixas em determinado trecho, pois antes eram três mãos sentido Centro, agora ficaram duas mãos em cada sentido. Essa via precisa ser melhorada para evitar acidentes. Se tivesse atendido o pedido feito nesta coluna seria melhor para a população e economizaria dinheiro público, pois foi preciso apagar com maçarico as faixas pintadas e refazê-las. Não sou candidato a prefeito nessa cidade, mas podem ter a certeza de que os eleitores que conheço já sabem o que vão fazer nas próximas eleições. Aguardem! Mauá, a cidade asfáltica do Guiness Book.
Ailton Gomes
Ribeirão Pires

Profissão político
Sou professor e para lecionar precisei cursar Magistério, Pedagogia e Matemática para ganhar suados R$ 2.200, com carga horária semanal de 40 horas. Para ser político, com salários de marajás, basta ter sido jogador de futebol, humorista, participado de reality shows, cantor, sindicalista... Que Brasil é este?
Antônio Marcos Costa
Mauá

Imposto sindical
Eu gostaria de lembrar aos trabalhadores e leitores deste Diário do Grande ABC, e com carteira de trabalho assinada, que neste mês de março será descontado o imposto sindical, que equivale a um dia de trabalho. Essa ‘doação' compulsória é herança da época de Getulio Vargas, e que tem possibilitado o surgimento de quatro sindicatos por semana. Em 2008 eram 9.077 sindicatos no País, e em novembro de 2011 o número chegou a 9.859. Os sindicatos não prestam contas ao TCU (Tribunal de Contas da União), pois o ex-presidente Lula vetou essa obrigatoriedade e, assim, com honrosas exceções, a criação de sindicato transformou-se num grande negócio. Há necessidade de se fazer reforma sindical urgentemente, seguindo os padrões da Organização Internacional do Trabalho, que desvincula o sindicato do Estado. Até quando a presidente Dilma Rousseff irá ignorar essa ‘comedeira sindical'?
Edgard Gobbi
Campinas (SP)

Resposta
Em atenção ao leitor Mancha Gomes (Desperdício, dia 20), a Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) esclarece que, para fazer a detecção e o reparo de vazamentos, é necessário informar o endereço correto. A solicitação deve ser feita pelo telefone 195, que atende gratuitamente 24 horas.
Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo)

Grande Chico! - 1
É! Tristeza... Quem tanto fez rir, agora faz chorar. Não se foi apenas o Chico: com ele se foi muita gente, gente real mesmo, que fazia parte de nossas vidas e nos fazia rir. E como ele sabia fazê-lo... Bastava seu olhar para a câmera para nos fazer, no mínimo, sorrir. O vazio que ele abriu é muito maior do que um dia se poderia imaginar. Meu Chico preferido: a politizada e politicamente correta Velhinha de Taubaté.
Pedro Luís de Campos Vergueiro
Capital

Grande Chico! - 2
Lágrimas, muitas. Morreu Chico Anysio, que fez humor sem apelação, sem sexo, com críticas sociais que nos divertiam, e levavam a pensar.
Tania Tavares
Capital