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Festival de Paranapiacaba agita a economia local
Por Mariana Oliveira
Do Diário do Grande ABC
16/07/2005 | 08:17
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O maior evento cultural da região entra definitivamente no calendário turístico da Grande São Paulo e se transforma em importante opção econômica para a vila de Paranapiacaba, em Santo André. A edição 2005 do Festival de Inverno da vila, realizado desde 2001, registrou o impressionante aumento de 180% em relação ao número de visitantes e de 34% no faturamento em seu primeiro final de semana, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Em 2004, foram 8 mil pessoas que estiveram em Paranapiacaba no fim de semana inaugural do festival. Neste ano, foram 23 mil, que deixaram no comércio cerca de R$ 55 mil – no ano passado, no meso período, o faturamento foi de R$ 41 mil.

Em quatro anos, a primeira fase do projeto de transformar a vila em pólo turístico foi alcançado: oferecer uma sólida alternativa de geração de renda aos habitantes. A arrecadação do festival, que desde o ano passado tem duração de três finais de semana, chega a representar três meses de faturamento dos microempresários locais. Além disso, o movimento de clientes em um fim de semana aumenta, em alguns casos, até 500% em relação ao mesmo período sem o evento.

O resultado é positivo: comerciantes recebem “13º salário” fora de época – com o qual realizam novos investimentos durante o restante do ano – e moradores encontram possibilidade de trabalho temporário.

O motivo do crescimento expressivo no volume de público, segundo João Ricardo Guimarães Caetano, subprefeito de Paranapiacaba, é a consolidação da imagem de Paranapiacaba. “Estamos na quinta edição do evento. Muitos já conhecem a vila. Além disso, alteramos a estratégia de organização e colocamos logo no primeiro dia uma das principais atrações culturais.”

No ano passado, o guitarrista americano Stanley Jordan se apresentou no último dia do evento. Neste ano, o cantor Luiz Melodia, um dos principais nomes da MPB brasileira, realizou show no primeiro dia do festival. Outro ponto destacado por Caetano é que nos dois primeiros finais de semana do ano passado choveu muito, o que inibiu a ida de mais turistas ao local. Já neste ano, o sol apareceu forte nos dois primeiros dias do evento.

Mais emprego – Neste ano, o Festival de Inverno foi responsável pela criação de 200 postos de trabalho temporários – a maioria para moradores locais, estimados hoje em 1,5 mil. Essas pessoas trabalham como garçons, seguranças, auxiliares de cozinha, entre outros. No total, o festival emprega um total de 600 pessoas, considerando fixos e organização do evento.

“O lado cultural é um pretexto, um atrativo. O mais importante é o que o evento injeta de recursos no comércio local. O aspecto principal certamente é a geração de renda”, destaca João Ricardo Caetano.

Ele diz que o festival contribui para que o local fique cada vez mais conhecido e leve turismo de qualidade para a vila se sustentar no restante do ano. O próximo passo e fazer com que Paranapiacaba seja um destino turístico frequente durante o ano todo, em não somente no inverno.

Fim dos estoques – O sucesso do primeiro final de semana deste ano foi tão grande, que muitos estabelecimentos viram estoques se acabarem antes mesmo do fim das atividades. Os empreendedores não esperavam receber tanta gente ainda nos primeiros dias do festival.

“Percorri os estabelecimentos e percebi que, no fim da tarde de sábado, alguns já haviam deixado de atender por falta de produtos. A estrutura das barracas, principalmente, não comportou o volume de pessoas que estavam na vila”, declara o subprefeito Caetano, que acredita que entre este sábado e domingo o problema não deva se repetir. “Conversamos com empreendedores e muitos já estão se preparando desde o início desta semana.”

O primeiro final de semana do festival também contribuiu para a superlotação das 13 pousadas da vila. Bom para os empreendedores, ruim para os turistas. “Recebi reclamações de pessoas que alegaram que o preço das pousadas estava abusivo. A subprefeitura orientou para que os empreendedores não aumentassem muito os preços, mas não podemos tabelar os preços. O lado bom é que os preços sobem porque está havendo muita procura.”

O bom movimento dos primeiros dias já anima os comerciantes, que estimam aumento de até 100% na arrecadação final do evento na comparação com o ano passado. Um dos estabelecimentos consultados pelo Diário registrou, no primeiro final de semana, movimento equivalente a todo o festival do ano passado (leia texto nesta página). Dados dos microempresários já indicam, segundo a subprefeitura de Paranapiacaba, que a arrecadação do festival neste ano será no mínimo 40% superior ao ano passado.

Investimentos – Para a realização do evento neste ano foram consumidos quase R$ 1 milhão, de acordo com a subprefeitura de Paranapiacaba. Do total, R$ 300 mil vieram de patrocinadores – entre os quais Petrobras, Solvay, PQU (Petroquímica União), Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil, Vigorito, Saúde ABC e Unipar. A maior parte da verba foi aplicada pela Prefeitura de Santo André, que destinou R$ 650 mil, e o restante pelos próprios empreendedores.

Desde a compra da Vila de Paranapiacaba pela prefeitura de Santo André, em 2002, já foram investidos R$ 21 milhões na vila. O resultado positivo das aplicações é verificado no número de visitantes do local, que saltou de 41 mil turistas no ano de 2001 para 154 mil no ano passado. n

Como chegar em Paranapiacaba:

De carro: Seguir pela via Anchieta até o km 29; entrar na rodovia SP-148 (conhecida como Estrada Velha de Santos) e ir até o km 23; pegar a rodovia SP-31 (Índio Tibiriçá) até o km 45,5 e sair para a SP-122, que termina em Paranapiacaba.

De ônibus: Saídas a cada 40 minutos do Terminal Rodoviário de Santo André; o ônibus passará também no Paço Municipal de Santo André, permitindo que os visitantes parem o carro no estacionamento da prefeitura.

De trem/ônibus: Seguir até a estação de Rio Grande da Serra, onde se pega ônibus a cada uma hora diretamente para Paranapiacaba.




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