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Secretário é denunciado por facilitar fuga de traficantes
Do Diário do Grande ABC
11/12/1999 | 13:24
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O secretário de Segurança Pública de Mato Grosso, Hilário Mozer Neto, foi denunciado pelo Ministério Público pelo crime de facilitaçao de fuga de três traficantes e um assaltante de banco. A denúncia foi protocolada no Tribunal de Justiça dia 6, mas só foi divulgada sábado. Há cerca de um mês, o secretário também foi indiciado por crime de lesao corporal por ter espancado um gari.

A fuga aconteceu no dia 16 de junho, quando os detentos José Nunes Pereira Neto, Marcos Aurélio Batista Ferreira, Joao da Silva e Júlio Martins Júnior saíram pela porta da frente do presídio Carumbé depois de negociar a liberaçao por US$ 34 mil com agentes cacerários.

Dez servidores da Segurança Pública entre agentes carcerários, soldados, tenente, sargento e o próprio comandante geral da Polícia Militar (PM), coronel José Renato Martins, já foram denunciados pelo Ministério Público. Eles estao sendo processados pelos crimes de corrupçao passiva, promoçao e facilitaçao de fuga e corrupçao ativa - cada um com uma ou mais acusaçoes.

O procurador-geral de Justiça, Guiomar Teodoro Borges, enfatiza na denúncia que o secretário e o comandante-geral da PM sabiam antecipadamente do plano de fuga e nada fizeram para impedi-lo. As denúncias foram motivadas pela confirmaçao de que tanto Martins quanto Mozer sabiam do plano com antecedência e nao providenciaram nenhuma açao eficiente para evitar que os presos saíssem pela porta da frente do presídio.

"Ao invés de evitar a fuga uma vez que já havia uma movimentaçao e boatos dos presos, fizeram ao contrário alimentando o curso da açao criminosa", afirmou o procurador-geral. Para o MP, a omissao do secretário Hilário tem o mesmo valor de facilitaçao da fuga. "Ele (Hilário) também tinha a obrigaçao legal de impedir a fuga, já que tinha conhecimento". Numa crítica dura ao comportamento do comando da PM diante do plano de fuga, o MP enfatiza na açao de quatro páginas que, "após o sucesso total da fuga, policiais militares saíram à caça dos fugitivos, quando nao é preciso ser nenhum 'expert' no assunto para concluir que, se realmente houvesse interesse em impedi-la, era só montar guarda do lado de fora do presidio do Carumbé, o que nao foi feito".

Diante dos indícios de que houve financiamento do narcotráfico para liberaçao dos traficantes, o procurador-geral designou o promotor Joao Augusto Gadelha para acompanhar o caso. Borges participou diretamente das investigaçoes, acompanhando os depoimentos de todas as testemunhas. O governador Dante de Oliveira (PSDB) nao quis comentar o assunto. A reportagem nao localizou o secretário de Segurança Pública. Segundo a assessoria de imprensa, ele está viajando e só retorna a Cuiabá domingo.




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