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Seis vereadores de Sto.André têm parentes nos gabinetes
Por Arthur Lopez
Do Diário do Grande ABC
31/03/2005 | 14:07
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Pelo menos seis dos 21 vereadores de Santo André contrataram parentes para trabalhar em seus gabinetes. São 11 os parentes empregados na Câmara, com salários de R$ 2,5 mil em média. Os familiares dos parlamentares somam quase 10% dos funcionários comissionados. Tal ação é completamente rejeitada pela população da cidade, que compara a prática do nepotismo em Santo André com a nomeação de parentes pelo presidente da Câmara Federal, Severino Cavalcanti (PP-PE), em Brasília (Leia reportagem abaixo).

A maioria dos parentes está acomodada nos gabinetes da oposição. Na explicação do vereador Aidan Ravin (PDT), que emprega o irmão e a esposa, isso acontece porque os vereadores da base aliada costumam indicar seus parentes para cargos no Executivo. “A oposição é mais transparente”, diz Ravin.

O mesmo não acontece na Câmara dos Deputados, onde justo o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE), chegou a nomear familiares assim que assumiu o cargo. Além do nepotismo, o parlamentar admitiu também outras práticas classificadas de fisiologistas e clientelistas que chamaram a atenção da Procuradoria da República. O objetivo dos procuradores é abrir uma investigação no Tribunal de Contas da União.

Em Santo André, dos 118 assessores nomeados até agora, 11 são parentes dos vereadores. Além de Aidan Ravin, Carlos Raposo (PV), Itamar Fernandes (PFL) e Samuel Siqueira (PSDB), cujos familiares nomeados têm o mesmo sobrenome e puderam ser identificados através do site da Câmara, o Diário apurou que os vereadores José Ricardo (PSB) e Sargento Juliano (PMDB) também empregam pessoas com algum vínculo familiar em seus gabinetes.

Para José Ricardo, a contratação de seu cunhado Valdir Porto Ribeiro é a continuidade de um trabalho que começou durante a campanha. Publicitário, Ribeiro cuida da comunicação do mandato e, segundo o vereador, recebe um tratamento de funcionário, com exigência para cumprimento de horários e atribuições.

Sargento Juliano não ocupou todas as vagas a que tem direito, mas abriga em seu gabinete a esposa, Tania Aparecida Mendes, a irmã Cacilda Osmair Juliani Franciscon, e o irmão Paulo Sérgio Juliani. “É com eles que posso contar 24 horas por dia. O cargo é de confiança. Só quem dirige para mim é meu irmão, confio nele”, explica o vereador.

Em fevereiro, numa sessão que durou poucos minutos, os vereadores de Santo André criaram mais dois cargos para cada gabinete, sendo um de assessor-adjunto (salário R$ 2.625) e outro de chefia (R$ 3.203). Essa medida vai aumentar as despesas da Casa com salários em R$ 1,9 milhão/ano. Cada gabinete passou de quatro para seis funcionários de confiança, mais uma secretária pertencente aos quadros da Câmara.



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