Setecidades Titulo
PM alerta riscos para heróis
Evandro De Marco
Do Diário do Grande ABC
16/10/2010 | 07:02
Compartilhar notícia


 

A sensação de aventura e a adrenalina de quem se coloca na pele de um policial por alguns instantes pode trazer a satisfação, mas, o risco também acompanha tudo isso. Por esse motivo, a Polícia Militar alerta para o perigo enfrentado pelos heróis anônimos que, mesmo com a mais nobre das intenções, colocam a vida em perigo.

Semana passada, um representante comercial, 42 anos, seguiu de carro uma quadrilha de ladrões de banco que atacou no centro de São Bernardo e auxiliou diretamente na captura de dois deles na Avenida dos Estados, em São Paulo.

O motorista não sabia que o taxista abordado pelo grupo, mais tarde, se revelaria um dos criminosos que trocaram tiros com a Polícia Militar. "Eles estão no sentido de São Paulo. Continuam na Anchieta. Eu acho que eles renderam o taxista", falou o representante comercial aos supervisores do Copom (Central de Operações da Polícia Militar) que, com as informações, tentavam guiar as viaturas nas ruas para efetuar o cerco. "Mantém distância, fica calmo e não deixe eles perceberem que o senhor está seguindo. Qualquer coisa, disfarça e entra em alguma avenida. Mas, não se arrisca", dizia a soldado Ana Paula Longo.

Depois do sucesso da ocorrência, Ana Paula revela que, só manteve o representante comercial ao telefone porque percebeu que poderia confiar na sua atuação. "Ele estava calma, então, senti segurança nele. Percebi que não alterava o comportamento e poderia continuar na linha com ele."

O sargento Gerônimo Leite também manteve contato com o homem que perseguia os bandidos. Para ele, "não adiantaria nada a pessoa passar os dados para a polícia e acontecer alguma coisa de ruim."

Outros casos semelhantes já aconteceram e são lembrados até mesmo em treinamentos e palestras da Polícia Militar. Situações que, como essa deram certo e outras que não tiveram o mesmo êxito. "A pessoa pode nos ajudar apenas dando informações básicas como modelo e cor de carro usado pelos criminosos e o sentido que tomaram. O restante é com a gente que tem preparo para combater o crime", ressalta o tenente Alexandre Salomão, responsável pelo Copom do Grande ABC.

Ainda assim, o representantes comercial que ajudou na captura dos ladrões de banco avalia como positiva sua atitude. "Faria tudo de novo. Sinto que não me arrisquei porque segui as orientações dos policiais."


Policiais são treinados para atendimento em "crise"
O Copom do Grande ABC conta com aproximadamente 150 policiais militares que participam diretamente no atendimento às ocorrências. Destes, 50 se dedicam ao trato com a população do outro lado da linha e se preparam em cursos específicos para lidar em situações em que a pessoa que liga está em perigo ou acompanhando momentos críticos. "Tem momentos em que o policial (militar) tem que acalmar o solicitante e ainda prender sua atenção para que passe o maior número de informações para passarmos para o pessoal que está na rua. Tem todo um procedimento de neurolinguistica para isso", explica o tenente Alexandre Salomão, que comanda o Copom na região.

Diariamente são aproximadamente 7 mil ligações. Pouco menos de 2 mil ainda são trotes. "Tem gente que ainda brinca. mas, não podemos dar margem para isso", diz o tenente. Em breve, será implantado um sistema especial para atender pessoas com deficiência. "Desta forma, os surdos e mudos também poderão passar suas informações para a polícia", diz Salomão.

 




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;