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GNV: preço se aproxima do álcool
Por Daniel Trielli
Do Diário do Grande ABC
21/06/2006 | 07:57
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Se antes o problema era o álcool combustível, que registrou um surto de alta chegando a inviabilizar seu uso no momento de encher o tanque do carro, agora é o GNV (Gás Natural Veicular) que fecha a terceira semana consecutiva de alta desde o fim de maio. De acordo com a ANP (Agência Nacional de Petróleo), na semana de 11 a 17 de junho o valor do metro cúbico do combustível no Estado de São Paulo foi de R$ 1,172, R$ 0,07 maior do que na semana de 04 a 10/06 –, quando valia R$ 1,165.

O aumento pode não parecer expressivo mas já se aproxima do preço do álcool, que continua em rota de queda. No Estado, o preço atual do GNV é apenas R$ 0,13 inferior ao combustível de cana, de R$ 1,302 o litro.

Em três cidades do Grande ABC os postos sondados pelo Diário seguiram a tendência: a diferença do GNV para o álcool está cada vez menor. Em Diadema, por exemplo, os postos de combustíveis vendem o litro do álcool por R$ 1,251 em média, um valor apenas R$ 0,036 maior do que o metro cúbico do gás natural, de R$ 1,215.

Para o gerente do posto Atlânta (bandeira Texaco), em Diadema, o acréscimo no preço do GNV não vai desestimular os motoristas a abastecer com o combustível. Para ele, mesmo que os preços estejam equiparados, o gás ainda é mais eficiente e, por isso, mais atraente. “Mas que o pessoal vai parar de converter o motor, isso vai”, diz.

Na oficina Pacific, em São Caetano, o sócio-proprietário Ricardo Takenaka percebe que os pedidos de conversão têm diminuído. “Esse tipo de movimento acontece todo ano entre junho a setembro, quando o número de conversões cai por causa da safra do álcool”, explica. Mas isso não chega a abalar as metas da Pacific. “A gente tem uma pequena vantagem: nossos serviços não são 100% centrados em GNV. Se fossem, estaríamos mais nervosos.”

Mas Takenaka ressalta que neste ano a situação pode ser diferente. “O preço nunca chegou a se igualar. Agora, com os movimentos que vêm acontecendo na Bolívia, é óbvio que é preocupante”, conta.

Álcool – A tendência de queda dos preços do álcool, registrada desde o começo antecipado da safra da cana-de-açúcar, em abril, perdeu velocidade. Na média estadual, a variação entre os preços da semana de 4 a 10 de junho (R$ 1,308) e do período de 11 a 17 do mesmo mês não foi nem de um centavo: R$ 0,004. Assim, o último preço levantado pela ANP para o álcool foi de R$ 1,302.

É um forte contraste em relação ao que acontecia desde o começo da nova safra. Na primeira semana de abril o preço médio do álcool era de R$ 1,766 no Estado de São Paulo. Hoje está em R$ 1,302, o que representa uma queda de R$ 0,464, ou 35,63%.

O desabamento dos preços ocorreu principalmente por causa da supervalorização do combustível na entressafra, o que o diretor técnico da Unica (União da Agroindústria Canavieira de São Paulo), Antônio de Pádua Rodrigues, chamou de patamar “irreal” de valor. Agora, segundo havia previsto o assessor do Regran (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do ABC), Roberto Rodrigues, os preços devem estacionar.



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