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Uma vida de aventuras
Por Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
16/01/2011 | 07:00
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Divulgação


Ao sair da casca, a tartaruga-marinha inicia longa e difícil jornada pela sobrevivência. Não é mole viver sozinha na imensidão do oceano sem um adulto para protegê-la. Mas algumas - por esforço ou sorte - se dão muito bem na missão. É o caso da protagonista de As Aventuras de Sammy, animação em 3D que chega aos cinemas no dia 21.

Ao nascer, Sammy (que é tartaruga-verde macho!) toma baita susto, quase vira refeição de um pássaro, algo que de fato acontece na natureza. Esperto, joga areia no olho da ave, salvando a si mesmo e outra tartaruguinha, a Shelly.

Os dois seguem caminhos diferentes. Sem saber como se virar, Sammy faz amizade com Ray, filhote de tartaruga-de-couro. Juntos, crescem boiando no mar. No início da vida é assim mesmo: as tartarugas-marinhas não mergulham e se alimentam de algas encontradas na superfície da água.

Os anos passam e os amigos se separam. Mas para sempre? Não. Antes de reencontrá-lo, Sammy vive outras histórias: recebe os cuidados dos humanos, conhece um gato mentiroso e uma tartaruga adulta maluquete, salva Shelly (agora, seu grande amor) pela segunda vez e a desencontra novamente.

Vale assistir ao filme em 3D. Nas cenas do fundo do mar, tem-se a impressão de atravessar cardumes de peixes, cavalos-marinhos e chegar bem pertinho de coloridos corais.

Bacana também é que a trajetória de Sammy passa por importantes fatos históricos. Num momento, a tartaruga está no mesmo local em que os astronautas, que estiveram pela primeira vez na Lua, chegam. Você não vai perceber, mas seus avós certamente notariam.

 

Volta sempre para o lugar onde nasceu

Há sete espécies de tartarugas- marinhas, das quais cinco são encontradas no Brasil - aruanã, oliva, de couro, de pente e cabeçuda -, todas ameaçadas de extinção. Ela nada pela imensidão do oceano, em geral, sozinha, podendo percorrer milhares de quilômetros. Algumas vão da costa brasileira a outros continentes, como a África. Mas durante a época da reprodução ocorre algo muito curioso: bota ovos sempre na mesma praia em que nasceu. Ainda não sabe ao certo como consegue isso, mas acredita-se que seu grande poder de orientação deve-se ao fato de ter uma espécie de bússola no cérebro. É algo instintivo, como o mamífero mamar assim que nasce. Esse réptil faz esforço danado para cavar um buraco onde deposita cerca de 120 ovinhos e os enterra.

Ao sair da casca, de 45 a 60 dias depois, os filhotes correm em direção ao mar.

 

Maioria morre antes de chegar à praia

A maioria das tartaruguinhas morre cedo. Muitas no caminho até a água, outras principalmente presas em redes de pesca e por causa da poluição e destruição do ambiente em que desovam. Calcula-se que de cada 1.000 nascidas, apenas uma ou duas chegam à idade adulta. Em boas condições, vive cerca de 100 anos. No Brasil, o Projeto Tamar trabalha pela conservação das tartarugas- marinhas, há 30 anos. Hoje, possui bases em nove Estados nas quais desenvolve pesquisas e acompanha suas fases de vida. Quer saber mais? Acesse www.tamar.org.br




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