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Suíça suspeita que CBF lavou dinheiro em contratos com parceiros comerciais
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09/06/2015 | 07:00
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O Ministério Público da Suíça investiga os contratos secretos da CBF com parceiros comerciais e examina as suspeitas de que eles possam ter sido usados para justificar lavagem de dinheiro. A meta é tentar traçar a rota do dinheiro que passava pela entidade e por seu ex-presidente, Ricardo Teixeira. A suspeita é de que o cartola teria recebido uma propina milionária para votar pelo Catar para sediar a Copa de 2022. Os investigadores suíços querem saber se houve lavagem de dinheiro usando contas nos bancos locais.

A Agência Estado revelou na última sexta-feira que os escritórios da Kentaro na Suíça foram alvo de uma operação. A Kentaro organizava os jogos da seleção brasileira entre 2006 e 2012. A cúpula da companhia confirmou a ação da Justiça e disse que vem fornecendo documentos desde 2013.

O MP suíço também confirma a operação. "A companhia Kentaro AG no cantão de Saint Gallen entregou informações à Procuradoria-Geral no quadro de uma coleta de evidências em base cooperativa", declarou a assessoria de imprensa do Ministério Público. "Essa entrega de documentos ocorreu no dia 27 de maio de 2015.".

A Agência Estado apurou que o confisco envolveu centenas de páginas de contratos e de fluxos de pagamentos para a CBF, além de organogramas de depósitos. No interrogatório, que ocorreu em total sigilo, os dirigentes da Kentaro foram solicitados a explicar o fluxo do dinheiro, desde os contratos comerciais, televisão, gastos com a organização e o que seria dado para cada federação nacional.

Segundo a apuração do MP, a CBF recebeu oficialmente US$ 2 milhões pelo jogo contra a Argentina no Catar. Mas a suspeita levantada pelos investigadores é de que um valor ainda maior foi diretamente para o bolso de Ricardo Teixeira, o que poderia ser o indício de uma propina.

INTERMEDIÁRIA - Para que o dinheiro chegasse ao brasileiro, a suspeita é de que foi utilizada uma empresa com sede na Suíça que seria a intermediária de interesses do Catar. Trata-se da Swiss Mideast Finance Group, que ajudou a financiar a partida com seus parceiros ocidentais. A companhia é a mesma que presta consultoria para a Qatari Diar, construtora estatal e que é responsável pelas obras da Copa do Mundo.

A Qatari Diar é presidida por Ghanim Bin Saad, que acumula a gerência da Ghanim Bin Saad Al Saad & Sons Group Holdings (GSSG) - responsável por obras da Copa. Contactadas pela reportagem, as empresas se recusaram a comentar seu envolvimento no jogo do Brasil contra a Argentina ou com a CBF.




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