Após assegurar que nao abandonaria seu cargo, Knock Yokohama, 67 anos, anunciou finalmente esta terça-feira que apresentava sua demissao ``por razoes pessoais'. A situaçao tornou-se insuportável para o ex-ator que se aventurou na vida política.

Há alguns dias, o processo judicial foi acelerado, as exigências pela renúncia se multiplicaram e o caso rendeu farto material para as manchetes dos jornais japoneses, que publicavam a foto de Yokohama, fazendo sua reputaçao desmoronar dia a dia.

A previsao é de que o governador deve deixar o cargo algumas horas antes de ser acusado formalmente de assédio sexual, por ter acariciado as partes íntimas de uma estudante num microônibus, em 8 de abril, durante a campanha para sua reeleiçao.

Yokohama é o primeiro político de alto nível a pedir demissao devido a um escândalo deste tipo nos últimos dez anos.

Em agosto de 1989, o primeiro-ministro Sousuke Uno deixou seu cargo apenas dois meses depois de chegar ao poder. Uma gueixa o havia acusado de ter oferecido três milhoes de ienes (US$ 27 mil) para que fosse sua amante.

Para Mizuho Fukushima, uma das 25 mulheres que chegaram ao cargo de deputada, em mais um meio dominado por homens (ao todo, 500 deputados),``a situaçao mudou muito em dez anos. Atualmente, uma mulher nao vacila em acusar publicamente um homem, caso sinta-se assediada', disse.

Em 13 de dezembro, o governador Yokohama já foi condenado pelo tribunal civil de Osaka a pagar 11 milhoes de ienes (US$ 107 mil) à jovem estudante, que participava em sua campanha eleitoral.

A Justiça condenou o governador por acusar a estudante de ter mentido, ao apresentar queixa. Uma eleiçao parcial deverá ser organizada nos próximos 50 dias para designar o sucessor.

Knock Yokoyama foi hospitalizado na segunda-feira, com sintomas de fadiga e problemas cardíacos, segundo um porta-voz dos serviços municipais.