O ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio, Celso Lafer, disse nesta segunda-feira, que o governo está estudando a questao dos incentivos para a instalaçao de uma nova fábrica da Ford na Bahia. "O momento nao é apropriado para fazer qualquer comentário antes de uma posiçao final do governo sobre o assunto", disse ele, entretanto, ao ser questionado se a concessao de incentivos à multinacional nao criaria problemas para o país no Mercosul e na Organizaçao Mundial de Comércio (OMC).

Após cerimônia de anúncio de novas facilidades de crédito para micro, pequenas e médias empresas, Lafer lembrou, que entre os objetivos do governo está a desconcentraçao industrial. O presidente do BNDES, José Pio Borges, também presente à cerimônia, disse que transferência da instalaçao da Ford do Rio Grande do Sul para a Bahia nao fere nenhum acordo firmado no âmbito do Mercosul. Se gundo ele, a reclamaçao dos argentinos contra a mudança para a Bahia deve-se ao fato de que eles estavam esperando que 30% das peças a serem utilizadas pela nova unidade da montadora, se instalada no Rio Grande do sul, seriam importados da Argentina.

Posteriormente, com a desvalorizaçao cambial, no entanto segundo Borges, esta expectativa já se tinha reduzido a menos de 20%. A tendência, agora, é que esta parte importada venha a se reduzir para apenas 5% a 10%. O presidente do BNDES disse ter informaçoes de que seriam montadas 17 indústrias satélites de autopeças para dar suporte à Ford, e portanto este fato deverá reduzir ainda mais as importaçoes da nova unidade. Ele admitiu que o BNDES pode conceder crédito também a essas indústrias, mas que nada ainda foi definido nesse sentido. Segundo Pio Borges, o potencial de investimento dessas indústrias é de R$ 900 milhoes.