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Brasil perde por 2x1 para o Paraguai
Por Fernao Silveira
Do Diário OnLine
18/07/2000 | 02:13
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A Seleçao Brasileira deu vexame, jogou mal de novo, teve o capitao expulso aos 34 do primeiro tempo e acabou colhendo o que mereceu: perdeu por 2x1 para o Paraguai na noite desta terça, em Assunçao, pelas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2002. Depois de uma patética primeira etapa, em que perdeu por 1x0, a equipe melhorou no segundo tempo, empatou e esboçou a reaçao. Mas nao teve jeito. Perdeu com um gol nascido nos pés do goleiro adversário.

A derrota levou o Brasil da segunda para a quarta colocaçao nas Eliminatórias, com 8 pontos em cinco jogos. Argentina lidera com 12 em quatro partidas, seguido do Uruguai (10 em cinco) e Paraguai (9 em cinco).

O Defensores del Chaco, estádio municipal da capital paraguaia, nao estava lotado para o jogo por causa dos altos preços dos ingressos (o mais barato custava US$ 20), mas a torcida compareceu e fez uma festa digna de campeao depois do apito final.

O time da casa começou bem melhor, atacando sem temer o peso da camisa amarela. O centroavante Cardozo, logo nos primeiros minutos, aproveitou uma sobra no escanteio e bateu bem de virada, nas maos de Dida. Pouco depois, aos cinco, ele mesmo recebeu lançamento longo vindo do campo de defesa, ganhou o lance no meio da confusao de dois zagueiros brasileiros e encobriu o goleiro na saída. A bola foi fraca e Roque Júnior conseguiu afastar para novo córner.

Na segunda cobrança, o Paraguai teve melhor sorte. Bola alçada da direita para o volante Paredes ganhar de Flávio Conceiçao na subida e cabecear no canto esquerdo de Dida, estático e sem reaçao. A seleçao da casa abriu o placar aos 6 da primeira etapa.

Seis minutos depois do gol, um lance de Cafu ilustrou o desequílibrio do Brasil diante do resultado adverso. Paredes invadiu a área pela esquerda e o capitao da Seleçao derrubou o paraguaio em um carrinho mal calculado que visava o desarme. O árbitro uruguaio Jorge Larrionda mandou o jogo seguir e evitou que a fatura fosse liquidada logo aos 12.

A moral paraguaia era tao grande que, três minutos depois do pênalti nao marcado, Chilavert deixou o gol para cobrar falta na intermediária esquerda do ataque, distante da meta brasileira. Ele bateu bem, no canto baixo de Dida, que nao teve muitas dificuldades para defender.

Sem tempo de bola e com um cartao amarelo nas costas, Cafu acabou expulso aos 34. Novamente atrasado, ele foi combater um lançamento alto na lateral-direita da defesa e acertou o atacante Roque Santa Cruz em cheio. Cartao vermelho merecido.

A primeira e única oportunidade brasileira no primeiro tempo surgiu só aos 43, em bola parada. Rivaldo sofreu falta de Paredes na meia-lua, de frente para o gol. O próprio camisa 10 cobrou, mas jogou fora, à direita de Chilavert.

No intervalo, Wanderley Luxemburgo mexeu para salvar a lavoura e tirou o apagado França para colocar Guilherme, salvador no jogo contra Uruguai - ele sofreu o pênalti que resultou no gol de empate.

Apesar da mexida e de uma sensível melhora do Brasil, o Paraguai criou a primeira grande oportunidade da segunda etapa. O ataque trocou passes na entrada da área brasileira e Sarabia chutou de sem-pulo, rente à trave direita de Dida.

Mais mudanças no Brasil. O técnico queimou as duas alteraçoes restantes e colocou Vampeta e Marques, nos lugares de Zé Roberto e Djalminha. A melhora no jogo da Seleçao foi ainda maior.

Aos 10, Rivaldo fez o lado esquerdo da torcida do Defensores del Chaco gritar gol. Ele cobrou falta na rede pelo lado de fora e assustou até Chilavert.

Uma jogada atleticana quase resultou no empate, com 28 minutos de bola rolando. Guilherme, na marca do pênalti, escorou de cabeça cruzamento da direita e ajeitou para Marques, que pegou fraco de primeira e obrigou Chilavert a uma boa defesa no canto baixo da meta.

Um minuto depois, saiu o gol que igualou a vantagem. No primeiro avanço efetivo de Roberto Carlos pela esquerda, ele invadiu a área, deixou dois zagueiros para trás e cruzou baixo para Rivaldo, de peixinho, deslocar Chilavert e marcar.

Parecia que a virada brasileira estava nascendo. Para ajudar, Quintana entrou forte em Roberto Carlos e foi expulso aos 33. Mas só pareceu. Chilavert fez um lançamento da meia-lua da sua área para o campo de ataque, a defesa brasileira se atrapalhou no quique da bola e ela sobrou para Jorge Campos. O paraguaio recém-entrado cortou para o meio, driblando Roque Júnior e Flávio Conceiçao, e bateu forte no canto de Dida. A equipe da casa confirmou a vitória com o 2x1 aos 39.

Guilhreme ainda tentou uma bicicleta para empatar de novo, aos 47, mas jogou para fora. Com o apito final, os atletas paraguaios se abraçaram com euforia de campeoes do mundo e curtiram a vitória para cima do Brasil. A Seleçao, por sua vez, deixou o campo como quem já está se acostumando aos fracassos.

Na próxima quarta-feira, dia 26, o adversário será a Argentina, líder invicto das Eliminatórias e atual "bicho-papao" do continente.




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