Curiosidade, ansiedade e muito entusiasmo. Foi com esse misto de emoções que a pequena Catarina Lopes Breccia, 4 anos, moradora do bairro Baeta Neves, em São Bernardo, explorou o universo dos seus amigos, os coletores de lixo. Após reportagem do Diário, publicada em 20 de junho, que contava sobre o carinho e a admiração da garotinha pelos profissionais, a empresa responsável pelo serviço, a SBC Valorização de Resíduos, convidou-a para conhecer de perto o local de onde parte todo o trabalho que a encanta.

“Muitas pessoas ainda não veem que coletor de lixo é uma profissão como qualquer outra e o carinho da Catarina é um exemplo que nos orgulha muito”, falou o diretor executivo da empresa, Ângelo Castro.

Catarina vestiu seu uniforme, confeccionado pela avó materna e que é igual ao dos coletores, colocou o boné que ganhou deles no dia em que a equipe do Diário produzia a reportagem e, praticamente como integrante da equipe, partiu para a visita especial na sede da empresa, no bairro Jordanópolis, junto com a mãe, Fabiana Lopes Virginio, 37.

O passeio começou pela área de escritório. Os funcionários queriam conhecer a menina que, além do apreço pelos coletores, também se preocupa com eles ao, nas noites frias, recepcioná-los com chocolate quentinho. Os olhares encantados da equipe a deixaram tímida, em um primeiro momento. Mas, ao entrar na sala do diretor executivo, foram os olhos dela que brilharam, ao ver pela janela a imponência de um caminhão de coleta de quase três metros de altura. “Quero ir lá”, falou, animada.

O desejo foi uma ordem. No veículo que vê passar em seu bairro três vezes por semana, ela entrou, tocou a buzina e deu uma volta pelo pátio da empresa, ao lado do motorista Vandoberto Ferreira de Freitas, 41. “É muito lindo esse sentimento e, para nós, uma alegria muito grande proporcionar à ela esse momento feliz”, disse Freitas.

“O que ela viveu hoje (ontem) vai ficar na lembrança a vida inteira. Foi um dia muito especial”, disse a mãe da menina.

A visita durou uma hora e meia e foi encerrada com brigadeiro e presentes (uma sacola de doces, folhas para desenhar e colorir, além de máscaras dos monstrinhos da limpeza, mascotes da empresa). Questionada sobre o que mais gostou, ela prontamente respondeu: “O caminhão foi o mais legal.” Nem precisava dizer. O sorriso por estar com os amigos e conhecer de perto o trabalho que tanto admira já eram respostas que valiam mais que qualquer palavra.