Crianças e jovens que realizam tratamento ou estão internados no Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, vão ganhar até o fim de julho uma brinquedoteca. O superintendente do hospital, Geraldo Reple Sobrinho, estima que o espaço deva atender até 20 crianças por dia.

"Nossa enfermaria tem 25 leitos, e muitas vezes nem todos vão frequentar todos os dias. Já tínhamos um espaço com brinquedos, computador e televisão. Agora teremos um local com os padrões que a legislação exige para uma brinquedoteca, com a presença de voluntários, que serão treinados para dar assistência e, assim, minimizar o sofrimento dos pacientes", explicou.

A iniciativa é da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Santo André, que assinou convênio com o hospital e será responsável pela captação de recursos, montagem e coordenação do espaço.

"O hospital é de referência e havia a necessidade de montar uma sala em que as crianças pudessem ter um local para elas", disse o presidente da OAB de Santo André, Fábio Picarelli.

Ele disse que convida as pessoas a fazerem parte da iniciativa nas palestras que faz sobre a história da OAB de Santo André. "Já conseguimos doações de brinquedos, pisos, materiais elétrico e de pintura, adesivos decorativos e móveis", afirmou o presidente da entidade.

"Uma equipe de psicólogos do hospital realizará o treinamento. Enquanto isso, o projeto deve ser apresentado e, assim que aprovado, já damos início", comentou.

REGIÃO

São Bernardo é a cidade com o maior número de brinquedotecas no sistema de Saúde da região. São sete, sendo quatro nas UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) Vila São Pedro, Demarchi/Batistini, União/Alvarenga e Riacho Grande. Novas UPAs, que serão entregues até 2012, também terão o espaço. A UBS (Unidade Básica de Saúde) Santa Cruz também tem brinquedoteca, além do Caps I (Centro de Atenção Psicossocial Infantil).

Em Santo André, o CHM (Centro Hospitalar Municipal) possui um espaço destinado à brincadeira. Em São Caetano, a sala exclusiva para entreter as crianças está no Hospital Infantil e Maternidade Márcia Braido.



‘É um ambiente próximo da realidade fora do hospital'

Para o responsável pelo serviço de oncologia pediátrica da Faculdade de Medicina do ABC, Jairo Cartum, a brinquedoteca funciona como um espaço lúdico e terapêutico.

"É um local em que as crianças que realizam tratamento podem ter um ambiente próximo da realidade fora do hospital. Ela passa a aceitar mais a ideia de permanecer internada", explicou.

Ele disse que mais da metade da enfermaria do Hospital Estadual Mário Covas, em Santo André, é ocupada por crianças que fazem tratamento de câncer.

"Os brinquedos e os voluntários ajudam a humanizar o atendimento na unidade de Saúde. Consequentemente, as crianças vão colaborar mais com o trabalho, o que serve de estímulo para que os familiares se tornem parceiros da equipe médica", ressaltou Cartum.