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Viaduto Cassaqüera deve sair do papel depois de 10 anos
Fabio Berlinga
Do Diário do Grande ABC
14/07/2006 | 08:38
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Depois dez anos, as obras do Complexo Viário Cassaqüera devem sair do papel. O prefeito de Santo André, João Avamileno, assinou quinta-feira à tarde a ordem de serviço para a primeira etapa do projeto, que prevê a construção de um viaduto que ligará as avenidas Giovanni Batista Pirelli e dos Estados. Segundo Avamileno, os trabalhos começarão na primeira semana de setembro, após levantamento topográfico da área, e deverão terminar em dezembro de 2007.

O objetivo é diminuir o trânsito no Centro da cidade. Atualmente, o motorista que sai de Mauá e Ribeirão Pires com destino a São Paulo, São Caetano e ao segundo subdistrito de Santo André tem de atravessar a passagem de nível da linha férrea, na avenida Capuava, ou seguir pelo Centro de Santo André, pelas avenidas Santos Dumont, Perimetral e XV de Novembro, e depois entrar na avenida dos Estados pelo viaduto 18 do Forte.

Como a primeira opção não comporta tráfego de caminhões, os motoristas só têm a opção de passar pela região central da cidade. “O trânsito no Centro está muito saturado e o Cassaqüera vai colaborar para aliviar essa situação. É uma cobrança muito antiga da população”, afirmou o prefeito.

A primeira licitação para a realização das obras foi feita em 1996, pelo então prefeito Newton Brandão, mas foi vetada pela administração seguinte, de Celso Daniel, que considerou alto demais o orçamento, avaliado na época em R$ 33 milhões.

A extensão do viaduto será de 280 metros. Com largura de 21,30 metros. O viaduto terá quatro faixas para o fluxo de veículos, margeadas por uma via para pedrestes e uma ciclovia. A estrutura será sustentada por pilares posicionados de modo a liberar a canalização do córrego Cassaqüera.

Desapropriações ainda não foram previstas pela Prefeitura, mas de acordo com a secretária de Obras e Serviços Públicos, Míriam Moss Blóes, na primeira fase, caso sejam necessárias, “serão feitas desapropriações ou permuta diária”, que são trocas de áreas privadas por terrenos públicos. “Fizemos várias mudanças no projeto original para que ele ficasse apenas em Santo André, para que haja o menor número possível de desapropriações”, acrescentou a secretária.

Já para a segunda fase, que não tem previsão de início nem de orçamento, aproximadamente, 700 famílias serão removidas das favelas Pedro Américo e Homero Thom para casas de alvenaria fornecidas pela Prefeitura, ainda sem local definido.

O orçamento previsto para a realização da primeira etapa do projeto é de R$ 28 milhões, e o dinheiro deve sair dos cofres da administração municipal. “Ainda estamos buscando auxílio do governo do Estado e da União, mas não conseguimos. Se não vier ajuda externa, vamos terminar esta primeira etapa com nossos próprios recursos”, disse o prefeito.

Rodoanel – Para completar o Complexo Cassaqüera, o prefeito disse que irá propor uma emenda ao orçamento da União solicitando a liberação de R$ 50 milhões. Segundo o projeto, futuramente, o complexo ligará a avenida Papa João XVIII com o trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, facilitando o caminho para o Aeroporto Internacional de Guarulhos e o Porto de Santos e unirá as rodovias Anchieta e Imigrantes. O prefeito também afirmou que a obra está diretamente “relacionada ao desenvolvimento econômico da cidade”, pelos benefícios que trará às indústrias locais.

O anúncio foi feito durante a reunião mensal do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, da qual participaram representantes da Associação Comercial de Santo André e do Pólo Petroquímico de Capuava. O diretor da Polietilenos, Nívio Roque, prevê o aumento da produção nas empresas do setor depois da conclusão do viaduto.

“Não temos condição de produzir mais se não temos vias adequadas para o escoamento dessa produção. Com a facilidade do transporte podemos produzir mais e gerar pelo menos mais 120 empregos diretos”.

Industrial – Durante a reunião, o prefeito também anunciou o início da pavimentação e sinalização da avenida Industrial, a partir do viaduto Castelo Branco, na região central. As obras, segundo ele, começam nesta segunda-feira e devem terminar em dois meses. O custo será de R$ 2 milhões. “É uma avenida importante, onde se instalaram várias empresas no decorrer dos anos e tem um trecho que ainda é de paralelepípedo. Vamos pavimentar e sinalizar para melhorar o trânsito.”



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