Política Titulo Alvo em outras cidades
Presidente de terceirizada da Saúde alega não saber que a entidade foi credenciada pelo governo Alaíde

Em depoimento, mandatária mostra desconhecimento sobre Mauá

Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
11/09/2018 | 07:00
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PT Alesp/Divulgação


Presidente de empresa terceirizada do ramo da Saúde, o Gamp (Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública), Michele Rosin afirmou à Assembleia Legislativa não saber que a entidade que ela própria administra foi habilitada pelo governo da prefeita interina de Mauá, Alaíde Damo (MDB), para atuar na cidade.

Questionada por deputados estaduais se o Gamp havia sido qualificado pelo Paço de Mauá, Michele demonstrou explícito desconhecimento. “Em Mauá?”, indagou a representante da terceirizada, que por lei só é qualificada pelo município se a própria entidade pleitear o título, que é espécie de aval jurídico para que a instituição possa participar de eventuais concorrências públicas visando a gestão da Saúde na cidade.

A declaração de Michele foi dada no dia 5 – cinco dias depois da publicação oficial em Mauá – à CPI da Assembleia que investiga irregularidades em contratos de municípios paulistas com OSs (Organizações Sociais) de Saúde. A mandatária do Gamp foi convocada para prestar esclarecimentos sobre o vínculo do grupo com o município de Amparo (Interior), cujo contrato e seus aditivos são acusados de ilegalidades, como supervalorização. O grupo, inclusive, é suspeito de fazer indicações políticas para cargos no setor.

O possível vínculo com Mauá foi abordado pelo deputado Edmir Chedid (DEM), presidente da CPI. “A senhora é presidente (do Gamp) e não sabe onde a empresa está sendo qualificada?”, indagou. “Na verdade, tem uma parte da qualificação que não faz parte do meu período (de gestão) e que eu vou fornecer com todas as qualificações solicitadas aqui”, alegou ela.

Chedid insistiu: “O Gamp está em tratativas com a Prefeitura de Mauá para participar de um processo que vai acontecer no Hospital Nardini?”, perguntou, em referência à substituição da FUABC (Fundação do ABC) no comando dos equipamentos de Saúde. Michele negou. “Não. E não podemos fazer tratativas nenhuma de participação. Participamos de editais publicados”, disse, ao se contradizer quando confrontada. “Não tem nada lá (em Mauá)?”, persistiu Chedid. “Se tiver edital publicado, está dentro do processo do setor de licitação.”

Por meio de nota, o Gamp confirmou que pleiteou a qualificação ao Paço de Mauá, em 2017, mas alegou que “não era ainda de conhecimento do Gamp, uma vez que, em consulta no dia 27 de agosto, junto ao setor de qualificações da Prefeitura de Mauá, foi informado ao grupo que processo encontrava-se em análise no departamento jurídico”. O governo Alaíde confirmou o protocolo de interesse do Gamp. 




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