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A dona das pistas

Sonia Abreu, primeira DJ brasileira e que está em
atividade há 52 anos, tem sua vida contada em livro

Por Karine Manchini
14/10/2017 | 07:17
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Divulgação


“Tudo aconteceu naturalmente.” É assim que Sonia Abreu, 66 anos, a primeira DJ do Brasil, conta como entrou para o ofício ao qual se dedica há mais de cinco décadas. E foi com a finalidade de contar essa história, suas maiores conquistas e dificuldades, que os jornalistas e músicos Claudia Assef e Alexandre Melo – ambos acumulam as duas profissões – escreveram o livro Ondas Tropicais – Biografia da Primeira DJ do Brasil: Sonia Abreu (Editora Matrix, 200 págs, R$ 39,90 em média).

Sonia nasceu em 23 de dezembro de 1951 na Vila Mariana, em São Paulo. Filha de uma dona de casa e de um médico, teve educação rígida. Descobriu amor pela música com apenas quatro anos, quando seu pai chegou em casa depois de mais um dia de trabalho e colocou o disco de Frédéric Chopin na vitrola. O som de Polonaise em La Bemol fez Sonia se apaixonar pela mistura de melodias.

O livro conta a dificuldade deste início de carreira, já que os pais gostariam que ela seguisse na Medicina, até os dias de hoje. Sonia, contrariando as expectativas, começou a tocar com 13 anos em festinhas de amigos e desde então nunca mais parou. “Hoje percebo que fui batalhadora e inovadora nesse meio musical masculino”, conta Sonia, que mesmo sendo lembrada pela reportagem do Diário sobre a importância de ser a primeira DJ brasileira, é direta: “Nunca me preocupei com títulos, aliás, musicalmente também não sou ‘isso ou aquilo’. Pesquiso todas tendências. Somente hoje, com essa historia do livro, que acabei me acostumando com fato de ser a primeira DJ do Brasil.”

E não é só o fato de ser a primeira a ocupar este ‘cargo’ que a faz diferente. Sônia também imprimiu sua marca na música. Aos 17 fazia a programação da rádio Excelsior, onde produziu a coleção de discos A Máquina do Som. Fez parte da equipe da emissora de 1968 até 1978, épocas de muita audiência. Também lançou moda com intervenções performáticas feitas por uma dançarina e um robô cenográfico, antes de os anos 1980 começarem.

Atualmente toca em festas da alta sociedade e faz eventos corporativos, mas consegue relembrar de tudo que passou ponderando os pontos positivos e negativos da caminhada. “Enfrentei muitas dificuldades como todo mundo. Até hoje, se você for ver, os line ups são todos compostos por homens. Mas nunca me acanhei, sempre dava volta por cima, inclusive criei uma rádio ambulante em que eu tocava onde quisesse”, explica Sonia, se referindo à rádio móvel Ondas Tropicais, que transitava em parques e praias de São Paulo e Rio de Janeiro na década de 1980, e originou o nome do livro. 




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