Seja sob a proteção da concha acústica, ou perambulando pelas ruas, a presença dos moradores de rua na Praça do Carmo, no Centro de Santo André, é um incômodo para os comerciantes das cercanias. Se não bastasse a sujeira deixada na frente dos estabelecimentos todas as manhãs, as reclamações de clientes são constantes.

A situação é mais complicada para os comerciantes cujas lojas encontram-se recuados em relação à calçada. Esse é o caso do comerciante Mauro Vilchez, que já teve prejuízos causados pelos moradores de rua. "Tive que trocar uma porta, porque a base dela apodreceu, de tanto que eles urinam aqui. Isso aqui fica um lixo. Toda hora antes de abrir a gente tem que lavar o piso de entrada."

Proprietário de uma lanchonete, Marcos Rezende ressalta que não são poucos os clientes que reclamam da presença dos moradores de rua. "Eles incomodam, ficam pedindo as coisas. A gente tira essas pessoas do estabelecimento, mas não tem jeito. Não fica nada bonito para alguém que venha visitar o Centro."

Segundo os comerciantes, um jardim próximo a uma banca de jornal, ao lado da Casa da Palavra, é utilizado como banheiro pelos moradores da Praça.

Combinado a isso, a presença de restos de comida deixados no local pelos mendigos criam o ambiente ideal para a proliferação de ratos e baratas. Um dos comerciantes, que preferiu não se identificar, perdeu a conta dos ratos que encontrou dentro do seu estabelecimento. "Outro dia, percebi que tinham alguns ratos estragando a minha mercadoria. Tive que colocar veneno e uma ratoeira para acabar com eles."

Procurados pelo Diário, a Prefeitura de Santo André e o secretário de Inclusão Social, Ademar Carlos de Oliveira, não retornaram o contato até o fechamento desta edição.